Os conselhos que Collor deu e as coisas que ele não disse

12/05/2016 11:59 - Vanessa Alencar
Por redação
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Os 15 minutos do discurso emocionado do senador Fernando Collor (PTC) durante a sessão que culminou no afastamento, por até 180 dias, da presidente Dilma Rousseff (PT) do cargo, poderiam ser resumidos em alguns ditos populares, entre eles: “Pimenta nos olhos dos outros é refresco”; “quem não ouve conselho raras vezes acerta”; “nada como um dia após o outro” ou “a vingança é um prato que se come frio”...

O ex-presidente da República fez um paralelo entre o seu afastamento do cargo, em 1992, e o afastamento de Dilma Rousseff (PT), quase 24 anos depois, onde só faltou dizer que golpe foi o que fizeram com ele.

Collor lembrou que, transcorreram quatro meses entre a apresentação da denúncia e sua renúncia do cargo, enquanto o processo atual já ultrapassou oito meses, podendo se estender por mais seis meses a partir de agora: “O rito é o mesmo, mas o ritmo e o rigor, não”.

Ele afirmou também que, por várias vezes alertou a presidente sobre a necessidade de mudanças na condução do País, mas seus conselhos foram ignorados.

“Sugeri que fosse à televisão pedir desculpas por tudo que se falou na campanha eleitoral, desmentido depois por seus próprios atos, nos primeiros meses do atual mandato. Alertei-a sobre a possibilidade de sofrer impeachment. Mas não me escutaram. Coloquei-me à disposição. Ouvidos de mercador. Desconsideraram minhas ponderações. Relegaram minha experiência. E o tempo se encarregou de, natural e paulatinamente, nutrir meu desapontamento com o governo", afirmou.

Na conclusão de sua fala, Collor leu um trecho do livro “Collor presidente”, do historiador Marco Villa e encerrou dizendo: “A História me reservou este momento. Devo vivê-lo no estrito cumprimento de um dever. Porém, inspiro-me no ensinamento de Holbach: ‘Tudo nos prova que a cada dia nossos costumes se abrandam, os espíritos se esclarecem e a razão conquista terreno’".

 

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