Na quarta-feira 23/03, após o término da reunião que tratou sobre os últimos ajustes do Fundo Estadual de Políticas para Igualdade Racial, interpelo:- Secretário  preciso falar-lhe. Quero apresentar  outro  projeto. Pode ser?

E ele:- Claro, Arísia!

Ele é um sujeito cordato, com humor (essa é a parte boa) e um conhecedor dos aspectos da negritude. Fala-me de Salvador, na Bahia, da essência que reina por lá, do  quintal do escritor de  Jorge Amado e da espiritualidade plantada no espaço. E se diz encantado em ter a sorte de conhecer/conviver com a espiritualidade.

Falamos de Pierre Edouard Léopold Verger,o fotografo francês.

 Verger que imortalizou, através da sua arte, o cotidiano das culturas populares dos cinco continentes. E que embevecido com Salvador, produziu uma obra escrita de referência sobre as culturas afro-baiana e diaspóricas, voltando seu olhar de pesquisador para os aspectos religiosos do candomblé e tornando-os seu principal foco de interesse.

E no meio da conversa o secretário lamenta o desaparecimento, na mudança, do Rio para Alagoas, do  que considera uma relíquia:o livro de   Verner.

Ainda implico:- Mas, nem preto o Sr. é.

E ele:- Mas, tenho sangue negro, portanto...

E apresento-lhe  o projeto,  pretexto da reunião.

Apesar  do imediatismo da hora/tempo, a conversa  se faz relaxante. A língua africana ioruba se torna tema da conversa, buscamos significados e significantes, e me sinto bem.

Pontos  de encontro com o universo negro.

Enio Lins, o secretário de Estado da Comunicação  já tinha me dito: “George é um secretário que pensa além do setorial. George pensa o Estado, como um todo.”

Quando apresentamos, em 13 de novembro de 2015, a proposta de  criação do Fundo Estadual de Políticas para Igualdade Racial, George, o secretário,  não titubeou, apostou e deu vida, através da Renata Santos, Superintendente de Política Fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda, a legislação  do Fundo.

E quer saber?

Penso que, o carioca, George Santoro, é, indubitavelmente, como Secretário de Estado da Fazenda,  uma das ricas aquisições do Governo do Estado de Alagoas.

E que os Orixás o conserve.

Seja bem vindo, George! Santoro!