No domingo, 22 de novembro, , integrantes do Instituto Raízes da África, crianças e adolescentes da Vila Emater, os estudantes de Psicologia da Unit e da Escola Estadual Mario Broad como também a Consulesa da França, Alexandra Loras e a escritora-jornalista, Bianca Santana, percorreram, em um ônibus, caminhos da história negra em ruas, bairros de Maceió fazendo o reconhecimento do patrimônio afro-cultural, compreendendo-o como legado da humanidade, permitindo a tod@s o cultivo da memória comum, da história e dos testemunhos do passado, base da resistência negra.É o Circuito Afro Se Essa Rua Fosse Minha, uma iniciativa pioneira do Instituto Raízes de Áfricas. Uma das estudantes do Centro Universitário CESMAC faz o seguinte depoimento:
"Olá, Arísia, gostaria de agradecer pela oportunidade que você me concedeu de conhecer minha história, aliás a nossa história do povo negro, que muitas vezes passa despercebida por nós, ou melhor desconhecida.
É o caso da estátua da Mãe Preta mesmo, na praça 13 de maio, bairro do Poço, nunca imaginaria que ela estava coberta de tanta história esquecida. Já peguei tanto ônibus naquele ponto e nunca havia prestado atenção, agora que já sei da história, olho para aquele monumento, aquele símbolo de resistência negra de outra forma. Amas de leite que matavam seus filhos para que eles não fossem escravos, mulheres que amamentaram filhos de brancos, mulheres que sofrem.
Quando cheguei em casa fui pesquisar e vi que existem outros monumentos mães pretas em outras cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
Depois visitamos a praça dos Palmares, com o Z em homenagem a Zumbi, grande guerreiro. Uma praça onde foi um local de muita resistência e por incrível no dia que fomos fazer a visita tinha mais resistência do povo negro com o desocupamento do prédio do INSS.
Depois o Mirante do Jacintinho, um quilombo urbano, resistência. É lindo a forma como a população do Jacintinho resiste.
E fomos à praça Ganga Zumba, em Cruz das Almas, que foi o primeiro líder do Quilombo dos Palmares Nos entristece ver símbolos de nossa história abandonados, como o Baobá que pesquisei e descobri que foram trazidas sementes pelos sacerdotes africanos e foram plantadas em locais específicos para o culto das religiões africanas. No candomblé é considerada uma árvore sagrada e nunca deve ser cortada.
Olha que história linda e ninguém sabe.
Sinto que esse projeto vai gerar frutos, veja bem, uma criança que aprende tudo que aprendi ali, já conta para outro a história e assim a história não será esquecida.
Obrigada e agradeço muito. Gosto muito de você e dos seus projetos."