Atualizada às 19h41
Escoltado pela Polícia, Crys Maycou dos Santos Muniz, de 22 anos, segundo acusado de participação na chacina de Guaxuma chegou ao Complexo de Delegacias Especializadas (Code), no bairro de Mangabeiras. Ele está sendo ouvido por delegados da Polícia Civil de Alagoas.
Daniel Nunes, presidente da Comissão, acompanhou a apresentação, que aconteceu no município de Maragogi, juntamente com o advogado Pedro Montenegro. Crys se entregou aos delegados do caso, José Carlos André dos Santos e Antônio Henrique Pinto.
Ainda segundo Nunes, a intermediação a OAB ocorreu a pedido da família do suspeito. Segundo os parentes, ele queria se entregar, mas temia por sua segurança.
Protesto
No Code, na Mangabeiras, várias pessoas, entre familiares e vizinhos dos dois detidos protestaram com cartazes, defendendo que Crys e o irmão, Charly dos Santos Muniz, de 25 anos, preso ontem, são inocentes. Ambos são apontados como suspeitos de participação na chacina onde quatro pessoas da mesma família foram mortas no domingo passado, em Guaxuma.
Em entrevista ao CadaMinuto, Cleide Maria dos Santos, esposa de Charly, defendeu a inocência do marido, mas não quis comentar sobre possíveis álibis do suspeito, nem se ele já tem passagem pela polícia. Ela também mostrou um abaixo-assinado onde centenas de pessoas da região de Pescaria defendem a dupla.
A esposa de Maycou, Jaqueline Souza dos Santos, disse que o marido e o cunhado estão sendo injustiçados e adiantou que irá tentar marcar um encontro para amanhã entre a imprensa e familiares das vítimas da chacina que, segundo ela, também acreditam na inocência dos irmãos.
Questionada sobre os motivos das prisões, Jaqueline acredita que a polícia se deixou levar por boatos nas redes sociais e afirmou que os suspeitos conheciam a família executada apenas “de vista”. “Se ele fosse de matar crianças eu não deixaria os meus filhos com ele”, acrescentou a mulher.
Prisão
Charly dos Santos Muniz, de 25 anos, foi preso ontem. Em coletiva à imprensa na quarta-feira, 11, os delegados, Antônio Henrique, responsável pelas investigações, e José Carlos André dos Santos, coordenador geral da Delegacia de Homicídios revelaram que um motorista teria visto Charly na madrugada do domingo, em frente ao local onde aconteceu a chacina.
Ainda segundo informações da Polícia Civil, a testemunha que trafegava pela AL 101 Norte naquela madrugada “quase atropelou um homem que atravessou a pista todo ensanguentado e com um facão na mão. O suspeito teria subido numa motocicleta preta, guiada por Charly”, afirmou Carlos André.
Após o depoimento da testemunha, Charly foi preso na casa de parentes, no município de Maragogi, mas negou qualquer envolvimento no crime. Ele já tem a prisão preventiva decretada pelo homicídio de um homem conhecido como "Chocolate", em março deste ano.
O caso
A chacina da família foi registrada nas primeiras horas da manhã do domingo (08), no sítio Doce Mel, na AL 101- Norte, em Guaxuma. As vítimas foram Evaldo da Silva Santos, de 29 anos, Jenilza de Oliveira Paz, de 25 anos, e os filhos do casal: Maria Eduarda, de 9 anos e um garoto identificado apenas como Guilherme, de apenas dois anos de idade.
Evaldo e Genilda são pais ainda de um terceiro garoto de iniciais A.S.S, de 5 anos. Ele também foi ferido, mas foi socorrido e encaminhado ao Hospital Geral do Estado, no Trapiche da Barra, onde se recupera após uma cirurgia.
O casal e dois filhos foram assassinados e tiveram seus corpos espalhados em várias partes do sítio onde moravam. Segundo informações dos primeiros policiais que chegaram ao local, alguns corpos foram esquartejados. Há suspeitas de que as vítimas tenham sido torturadas antes de serem mortas.
* Colaboradora














