Cerca de três meses após um corpo ter sido encontrado no bairro da Serraria e ser apontado como do jovem Davi Silva, desaparecido em 2014, o secretário de segurança pública, Alfredo Gaspar de Mendonça negou o fato. Mesmo sem a conclusão do teste de DNA, o titular da pasta disse que todos os detalhes levam a crer que o jovem segue desaparecido.

A afirmação foi feita em entrevista à Rádio Gazeta, nesta terça-feira (10). Segundo Gaspar, o corpo encontrado não apresenta qualquer característica que possa levar a crer que seja o corpo de Davi Silva e que o exame de DNA, servirá apenas para confirmar a afirmação.

O gestor da segurança pública garantiu ainda, que muitas informações propagadas sobre o desaparecimento de Davi Silva são “infundadas” e que existe uma “guerra midiática em torno do caso”.

Reconheci o corpo dele

A mãe de Davi Maria José da Silva, afirmou ter reconhecido o corpo do jovem ao ver fotografias do corpo encontrado. “Logo que vi, a roupa era dele. Olhei tudo, reconheci também os pés dele, estavam inteiros ainda, as pernas dele, que eram gordinhas e ainda tinha parte das nádegas. Era meu filho”, afirmou Dona Maria José, que segue pedindo justiça. “Todo mundo sabe que meu filho era inocente. Não devia nada a ninguém e acabou dessa forma”, lamentou.

O CASO

Davi da Silva desapareceu no dia 25 de agosto de 2014, após uma abordagem da Radiopatrulha no Benedito Bentes. Desde então, a família iniciou uma série de cobranças e denúncias contra a Polícia Militar.

Neste período, outro caso chamou atenção. A mãe de Davi, Maria José da Silva, foi baleada na cabeça de forma misteriosa, numa ação criminosa que vitimou um morador de rua no Centro de Maceió.

O desaparecimento do jovem ainda desencadeou outro ato de manifesto, quando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Seccional Alagoas, iniciou uma contagem de dias do desaparecimento de Davi, além de uma campanha intitulada “Alagoas Quer Saber”, que procurava outros alagoanos desaparecidos e sem informações.

No dia 12 de fevereiro, à pedido do Ministério Público, a Policia Civil indiciou os quatro militares envolvidos no caso.