Em coletiva concedida à imprensa, na tarde desta quarta-feira (21), na sede da Polícia Federal em Alagoas, no bairro do Jaraguá, foram informados os detalhes da Operação Afronta, que prendeu membros de uma organização criminosa que agia fraudando concursos públicos em todo o país.
Durante a Operação, ao todo 14 mandados judiciais foram expedidos. Seis pessoas foram presas, em Maceió, e uma em São Paulo, dentre elas, um agente da Polícia Civil de Alagoas – que não teve a identidade revelada. O agente seria responsável por entrar nos locais de aplicação das provas, tirar foto das páginas do conteúdo dos certames, repassando-o para os demais membros da quadrilha. Um analista do Tribunal Regional do Trabalho de Alagoas (TRT/AL) também foi preso.
Segundo o superintendente da PF-AL, delegado Bernardo Gonçalves Torres, o núcleo de comando da quadrilha que fraudava concursos públicos do Poder Judiciário era instalado em Maceió.
“As investigações tiveram início após o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, detectar irregularidades no último concurso, em 2014 e encaminhar a documentação à PF de Sorocaba para iniciar as investigações”, informa.
Ainda segundo o delegado, a Operação foi desencadeada após a banca avaliadora do concurso desconfiar do conteúdo idêntico nas provas de redação de alguns candidatos que realizavam o mesmo certame.
Cada membro da quadrilha recebia uma função. Alguns ficavam com a parte técnica de instalar e revisar os aparelhos eletrônicos, que seriam colocados nos candidatos. Outros se inscreviam nas provas, tiravam fotos das questões objetivas e saíam do concurso no tempo mínimo estabelecido pelo edital e repassavam as questões para outras pessoas.
“Após todo o esquema, o falso candidato usava uma caneta eletrônica para fotografar as perguntas das provas, depois ia embora e repassava as fotos para uma outra pessoa que resolveria as questões. A partir daí um outro criminoso falava através de pequenos pontos auriculares as respostas corretas para os concurseiros que pagavam o esquema”, diz
Após os sete mandados de busca e apreensão serem cumpridos, os agentes da PF conseguiram apreender canetas eletrônicas, pontos eletrônicos e aparelhos de recepção e emissão de mensagens via 3g.
O valor pago a quadrilha era dez vezes o salário do cargo pretendido – variando de R$ 70 a R$90 mil e era preciso pagar uma espécie de entrada pelo serviço. Os acusados responderão pelos crimes de organização criminosa e fraude a concurso público.
Intimados
Ainda durante a Operação, outras três pessoas, que foram ouvidas na sede da PF-AL, confessaram, no início da tarde desta quarta-feira, que também integravam a organização criminosa. Elas seriam responsáveis pela parte técnica da organização em Maceió.
Confira vídeos: Operação PF: núcleo de quadrilha acusada de fraudar concursos era em Alagoas
*Colaboradora










