Atualizada às 10h50
Pacientes e funcionários do Hospital Hélvio Auto, no bairro do Trapiche, levaram um grande susto, na manhã desta terça-feira (20) quando três assaltantes invadiram o hospital. Um vigilante e um jovem, que acompanhava o pai durante atendimento, ficaram feridos.
O vigilante José Moacir de Oliveira contou que três homens chegaram à unidade, sendo que apenas dois entraram no hospital. Eles o renderam para roubar sua arma. Ele acabou reagindo, trocando tiros com os assaltantes e sendo baleado no ombro e foi atendido no HGE e liberado logo em seguida.
“Eles chegaram pra mim dizendo: 'perdeu, perdeu, passe a arma'. Reagi e troquei tiros. Não me arrependo e na hora só pensei nos pacientes que estavam ali”, contou José Moacir.
Durante a ação houve muita correria entre os pacientes que aguardavam ser atendidos. Davison Ferreira da Silva, de 28 anos, acompanhava o pai para atendimento no hospital e acabou sendo atingido de raspão na perna por um dos tiros. Ele foi levado para o Hospital Geral do Estado para cuidar do ferimento.
Maria dos Prazeres também aguardava ser atendida quando teve início o tiroteio. Com medo do que pudesse acontecer, ela contou que correu e se escondeu no banheiro. "Ainda vi quando um dos assaltantes foi até lá e bateu na porta querendo saber quem estava ali. Eu saí tão nervosa que já fui entregando a bolsa, mas ele disse que eu não tinha nada que ele queria", contou.
Um sargento da Polícia Militar, que não quis se identificar, disse que estava aguardando o filho terminar o atendimento e viu o momento que o trio de assaltantes fugiu. Ele afirmou que sacou sua arma e fez disparou na direção dos assaltantes, mas eles não foram atingidos.
A diretora do Hélvio Auto, Luciana Pacheco, lamentou a tentativa de assalto e afirmou que a insegurança no hospital é diária, mas que felizmente os danos foram mínimos.

O presidente do Sindicato dos Vigilantes de Alagoas, José Ferreira, esteve no local para saber do estado de saúde do vigilante e ainda mostrou uma camisa da Escola Estadual Pastor José Tavares manchada de sangue e que foi reconhecida como sendo a que um dos assaltantes usava no momento da ação. Ele também chamou a atenção para a necessidade de medidas de segurança para os vigilantes no ambiente de trabalho.
“Aqui nesse hospital antes havia cinco vigilantes, demitiram três e agora só tem dois. O número é muito baixo para um hospital deste tamanho. É preciso que o Estado tome medidas para evitar que esse tipo de coisa ocorra. Os vigilantes não podem ficar correndo risco de vida, fazendo mais do que é recomendado”, argumentou.
Já Temildo Duarte, chefe de segurança da 22ª Distrito Policial, esteve no local e disse que a farda foi encontrada próximo ao hospital. A Polícia Civil vai investigar se o suposto assaltante estuda nesta escola ou se ele adquiriu a camisa de outro modo. “A farda não é vendida e segundo o vigilante baleado, um dos assaltantes parecia ser menor de idade”, disse.

A Polícia Militar esteve no local para colher informações sobre o fato e para realizar rondas. Os assaltantes ainda não foram localizados.
O reitor da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Paulo Medeiros, foi até o Hélvio Auto e disse que o assalto ocorreu pelo fato dos vigilantes estarem realizando a segurança armados. Ele também contestou a reclamação do presidente da categoria sobre o baixo efetivo de profissionais.
“A segurança no hospital existe. Eles não vieram assaltar o hospital, mas para roubar as armas. A ação só ocorreu porque os assaltantes sabem que eles [vigilantes] andam armados. Eles não vieram para roubar o hospital e sim as armas”, afirmou.
*Colaboradora
















