Foram ouvidas na tarde desta terça-feira (20) na sede do Ministério Público Estadual (MPE-AL), no Barro Duro, duas testemunhas da suposta ação truculenta de militares do Batalhão de Eventos (BPE), que terminou em morte.
As testemunhas dizem ter presenciado o espancamento que matou o jovem Tiago dos Santos, de 27 anos, ocorrido na noite da última sexta-feira (16), no conjunto José da Silva Peixoto, no Jacintinho, em Maceió.
O jovem, que trabalhava como padeiro na região, e estava bebendo na companhia de familiares e amigos, teria sido espancado após chamar policiais que passavam perto do local em que estava de “cachorros”.
Uma das testemunhas, a esposa da vítima, que por medo de represálias, não quis que o nome fosse divulgado, relatou ao promotor Flávio Gomes de Barros, da 61ª Promotoria de Justiça da Capital, que o jovem teria sido morto com um cassetete, socos e pontapés, na frente do próprio filho, uma criança de dois anos de idade.
“Eram quatro, dois ficaram segurando o meu cunhado, um outro segurando uma arma ao lado da viatura e o último foi quem bateu em Tiago até a morte. Do jeito que estavam, eles também queriam dar fim em nós”, acredita.
Ainda de acordo com a testemunha, no atestado de óbito a causa da morte de Tiago dos Santos aparece como causa não determinada.
“Hoje meu filho pergunta pelo pai a toda hora e eu não sei o que dizer. Falo que ele viajou. Meu marido era um homem de bem. A única coisa que eu quero agora é justiça”, disse a esposa da vítima.
A reportagem do CadaMinuto entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Militar de Alagoas, que informou que alguns procedimentos já foram adotados pela Corregedoria da PM-AL, no que concerne à investigação preliminar dos fatos.
*Colaboradora









