Depois de declarar por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais que estava sendo ameaçado de morte por um suposto grupo de extermínio, o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Magno Francisco, primo de Davi da Silva, divulgou que irá se reunir nesta terça-feira (13) com o secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça. O encontro, segundo o professor, deve discutir a denúncia e também sua volta para Alagoas.

No final do mês de setembro, Magno publicou um vídeo onde denuncia ter sido alvo de ameaças e diz temer ser executado por um suposto grupo de extermínio “ligado à Segurança Pública e à polícia”.

Passados alguns dias do vídeo, Magno deixou Alagoas afirmando ter medo do que poderia ocorrer com ele, sem antes procurar ajuda de órgãos como o Ministério Público, o Conselho Estadual de Segurança ou a Secretaria de Segurança Pública. Sem confirmar sua volta ao Estado, ele irá se encontrar nesta terça-feira (13) com o Secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar para discutir a denúncia.

Ao CadaMinuto, Magno afirmou que vai esperar o resultado do encontro para decidir se volta ou não para Alagoas. Ele afirmou que o momento que vive é difícil, mas que quer retornar para ajudar a família.

“O meu desejo é ficar no estado, afinal preciso ajudar minha família, que é pobre e precisa do meu apoio em todos os aspectos. Todo esse momento longe tem sido bastante difícil, pois além de longe da família e dos amigos, não tenho vivido uma vida normal, no sentido de trabalhar e desenvolver minhas atividades”, disse.O encontro está agendado para as 15 horas e o professor comunicou à imprensa que fará uma coletiva logo após a reunião.

Em reportagem do CadaMinuto Press que foi às bancas no dia 02 deste mês, Magno explicou que sentiu que a urgência de deixar Alagoas era maior que a necessidade de esclarecer a situação para as autoridades. Ele afirmou ainda que fez as denúncias aos órgãos de Direitos Humanos em Brasília.

O sumiço de Davi

Davi da Silva, de 17 anos, está desaparecido desde o dia 25 de agosto de 2014 após uma abordagem policial no bairro do Benedito Bentes. No dia 05 de agosto deste ano, o Ministério Público Estadual de Alagoas denunciou quatro policiais militares pela morte do jovem: Eudecir Gomes de Lima, Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, Vitor Rafael Martins da Silva e Nayara Silva de Andrade. Segundo a denúncia citada na ação penal ajuizada na 14ª Vara Criminal da Capital, os policiais torturaram, assassinaram e ocultaram o corpo de Davi Silva.

Um corpo encontrado em um matagal no conjunto José Tenório no dia 08 de agosto passou por um exame de DNA para tentar identificar se é de Davi ou não. A mãe de Davi chegou a reconhecer o corpo como sendo do filho, mas os resultados são aguardados para dar prosseguimento às investigações.