Após a prisão de Denivaldo da Rocha Melo, 48 anos, acusado de manter e compartilhar vídeos e fotos com conteúdo infantil, a Polícia Federal irá investigar a existência de uma rede de pedofilia em Alagoas. Em parceria com a Polícia Civil, a PF irá apurar a identidade das vítimas, bem como outros envolvidos no crime.
Segundo o superintendente da PF em Alagoas, Bernardo de Torres, a segunda fase da investigação irá subsidiar a Polícia Civil, para buscar novos fatores que apontem para uma rede de exploração da pedofilia infantil na internet.
“Uma rede existe. Porque da mesma forma que essa pessoa foi presa, mantendo e compartilhando materiais dessa natureza, outras pessoas também tem acesso a esses materiais. Por isso, buscamos provas ainda mais contundentes que possam levar à condenação dessas pessoas”, afirmou.
O diretor adjunto da PF, delegado André Costa, destacou a grande quantidade de materiais e de vítimas envolvidas no crime. “Foram milhares de arquivos entre fotos e vídeos descobertos. Tanto que circulam pela internet, quanto produzidos pela pessoa que foi presa. Por enquanto, podemos dizer que mais de uma dezena de crianças foram vítimas deste crime, mas estamos em busca de mais informações”, disse.
A partir de agora, a Polícia Federal vai buscar e até aguardar contato de pais ou responsáveis por possíveis vítimas de abusos deste tipo, para avaliar a participação da mesma pessoa. A Polícia Civil também terá acesso as informações para buscar vítimas e envolvidos.
O CRIME
Denivaldo da Rocha Melo, 48 anos, residente em Maceió, era topógrafo de uma empresa e foi demitido após a realização de busca e apreensão de computadores e materiais referentes à pedofilia.
A investigação acontecia desde 2014 e há alguns meses foi feita a apreensão. Desde então, a Polícia Federal fez diversas análises e confirmou que o acusado tem envolvimento com o crime, sendo preso na quarta-feira da última semana.

Nos materiais, foram encontrados vídeos feitos pelo acusado, com crianças entre 10 e 16 anos. Nos vídeos, Denivaldo negociava com crianças, pedia que fizessem poses. Algumas delas se mostravam preocupadas se estavam sendo filmadas. Além de vídeos de aparelho celular, uma microcâmera foi apreendida.
Um detalhe dos vídeos feitos pelo acusado, é que eram somente realizados com meninos. Posteriormente à sua prisão, Denivaldo confirmou ser homossexual, mas diz ter uma filha de seis anos, que mora com ele e outros parentes.
Os vídeos produzidos foram feitos tanto na sua residência, no bairro do Prado, quanto em locais distintos do Graciliano Ramos e também no interior, especialmente na cidade de Quebrangulo. Em sua grande maioria, quando estava a serviço da empresa que trabalhava.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o crime de manter e compartilhar materiais que apresentem conteúdo de pornografia infantil, pode levar a uma pena de 14 anos. Caso seja confirmado o crime de estupro, a pena pode girar entre 8 a 15 anos de prisão, podendo se agravar, de acordo com a quantidade de vítimas e danos causados.











