Ouvido na tarde desta quarta-feira, 23, durante o julgamento onde é acusado da autoria intelectual do homicídio do pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos, há 11 anos, o ex-cabo da Polícia Militar e ex-vereador, Luiz Pedro da Silva, negou participação no crime.
“Eu sei eu não sou santo, fui linha dura de delegacia. Na época que eu era delegado, descia as grotas atrás dos bandidos. Mas não matei ninguém. Eu entendo que Seu Sebastião esteja com raiva de mim, ele é pai, mas não mandei matar o filho dele”, afirmou, se referindo a Sebastião Pereira, pai de Carlos Roberto, que acompanha todo o julgamento no Fórum do Barro Duro.
Aparentando nervosismo, Luiz Pedro frisou que, enquanto policial militar, nunca agiu de forma arbitrária nos conjuntos, mas que sempre descia grotas para capturar traficantes ou qualquer um que estivesse à margem da lei.
Antes dele, duas testemunhas de defesa foram ouvidas, Laércio Pereira de Barros e Leoni Lima – ambos condenados pela autoria material do crime – foram ouvidos e negaram a participação do ex-vereador no homicídio. Ambos cumprem pena em regime semiaberto.
O advogado de defesa, José Fragoso, reforçou que Luiz Pedro só está mencionado no crime devido a sua liderança, “que incomoda muita gente” e questionou o fato de seu cliente ter sido preso nos meses que antecederam às eleições: “Há muitos aspectos políticos envolvidos nisso”.
Durante o julgamento, que deve terminar somente amanhã, quinta-feira, o Ministério Público Estadual vai sustentar a tese de homicídio duplamente qualificado, sequestro e formação de quadrilha. Pela manhã, o promotor Carlos Davi Lopes, argumentou que o crime fez parte de apenas uma das ações de uma organização criminosa e que buscava eliminar qualquer pessoa considerada desafeto.
As primeiras testemunhas arroladas pela acusação, reforçaram a participação de Luiz Pedro no crime. Ao todo, o Ministério Público Estadual arrolou seis testemunhas de acusação, enquanto a defesa vai apresentar quatro testemunhas.