Um esquema fraudulento que enganava pessoas que tentavam adquirir uma praça de táxi em Maceió foi desarticulado pela Polícia Civil. Três pessoas foram presas, nesta terça-feira (02), acusadas de vender as concessões de forma irregular e de usarem documentos iguais aos verdadeiros, mas com assinaturas falsas do prefeito de Maceió, Rui Palmeira, e do Superintendente de Transportes e Trânsito de Maceió, Tácio Melo da Silveira.

O grupo composto por Irlane de Cássia da Silva, de 30 anos, apontada como chefe do grupo, pelo prestador de serviço do sistema prisional, Marcos Antônio Lins, 41, e pela cabeleireira Nicácia Silva Dias, 35, é acusado de fraudar documentos e alvarás de licença e as venderem com preços entre R$5 e R$ 30 mil. As mulheres foram presas num apartamento do bairro do Antares onde também foram encontrados vários documentos. Já Marcos foi detido pelos agentes quando estava a caminho do trabalho portando duas granadas.

O detalhe que o delegado Manoel Nicácio chama atenção é para o fato de as concessões para novas praças não estarem sendo concedidas pela Prefeitura de Maceió e que todos os envolvidos não possuem vínculo algum com a SMTT de Maceió ou de Arapiraca. Os documentos apresentados, como alvarás de licença, eram iguais aos verdadeiros, mas com o conteúdo, inclusive as assinaturas do prefeito e do superintendente da SMTT, falsificados.

Irlane mesmo presa sustenta que é servidora da SMTT de Maceió e foi transferida para o órgão de Arapiraca e que no momento está afastada. A polícia já confirmou que investigou e nenhum deles é servidor de Maceió ou Arapiraca.

“As investigações tiveram início há quatro meses quando três pessoas vítimas do golpe procuraram a polícia e fizeram a denúncia. Porém continuamos investigando para saber se há a participação de funcionários da SMTT no esquema, já que os documentos possuem informações verdadeiras”, explicou o delegado.

A assessoria da SMTT de Maceió disse ao Cada Minuto que a denúncia partiu do órgão ao identificar a fraude praticada pelo grupo. De acordo com a assessoria, nenhum documento emitido pela os falsificadores era verídico. A SMTT se colocou à disposição da Polícia Civil para contribuir nas investigações. 

A Superintendência de Arapiraca disse ao Minuto Arapiraca que desconhece o fato, uma vez que no órgão não existe mulher [Irlane] neste cargo e que o valor da concessão não condiz com a tabela aplicada em Arapiraca.

Como agia o grupo

Segundo a polícia, Nicácia atuava recrutando as vítimas oferendo a concessão por preços até R$ 30 mil, bem abaixo do que seria previsto para uma licença real. Irlane se passava por coordenadora da SMTT e que facilitaria o processo. O delegado destaca que algumas pessoas sabiam do esquema e mesmo assim pagavam pelo serviço.

Outras pessoas acabaram lesadas, como uma das vítimas que teve um prejuízo de R$ 100 mil. Já Marcos Antônio coagia as vítimas que atrasavam as mensalidades pagas pelas praças.

O trio foi apresentado durante coletiva e Nicácia e Marcos negaram participação no grupo. Irlane disse que era funcionária afastada do órgão e que quem deve saber o que está acontecendo é uma pessoa chamada Júlio, que ela afirma ser diretor de um grupo de planos de saúde e “denunciou por não receber comissão”.

Segundo a polícia, eles ficarão detidos e serão enquadrados pelos crimes de estelionato e falsificação de documento público. Irlane vai responder por falsidade ideológica já que se passava por servidora de um órgão. Marcos Antônio também vai responder por uso de artefato explosivo e de arma de fogo de uso restrito de forma irregular.