Nesta edição, o CadaMinutoPress - em suas Páginas Vermelhas - traz uma entrevista com a secretária estadual de Saúde, Rosângela Wyszomirska A entrevista é uma parceria com o programa Jornal do Povo/Rádio Jornal AM-710. Durante o papo, a titular da pasta falou das dificuldades encontradas e das perspectivas de soluções para uma das secretarias que mais é alvo de cobranças por parte da população.

            A secretária ressalta a dificuldade de colocar a casa em ordem. Com mais de oito meses de governo, a Secretaria de Estado da Saúde ainda não possui - por exemplo - a real demanda dos insumos que tem que adquirir e enfrenta uma burocracia enorme para conseguir abastecer suas unidades, dentre elas o Hospital Geral do Estado (HGE).

            De acordo com Rosângela Wyszomirska, em relação a este abastecimento do HGE, a perspectiva mais otimista de conseguir regularizar o abastecimento é no ano de 2016. Ela ainda fala sobre a reclamação dos profissionais de Saúde por conta da ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), além das polêmicas em torno da incineração de toneladas de medicamentos que se encontravam com os prazos de validade vencidos. Confira a entrevista na íntegra.

 

 

A senhora - neste novo governo - assume uma pasta que é uma secretaria, semelhante à Educação e Saúde, uma das que mais recebem cobranças e críticas. Isto se viu logo no início da gestão, em relação aos problemas enfrentados, como por exemplo, a questão dos insumos nas unidades de Saúde. Como a senhora tem enfrentado estas cobranças e críticas? A pasta já consegue - na avaliação da senhora - dar as respostas necessárias?

 

Eu acho que é obrigação nossa responder às críticas que são feitas pela sociedade. Temos que dar resposta sim, inclusive pelos meios de Comunicação, para falar das coisas que estamos tentando levar adiante e precisamos expor - sinceramente - as dificuldades e os problemas que a pasta possui.

 

Uma das questões, secretária, envolvendo justamente os problemas que a pasta enfrenta, são relativos aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que deveriam ser entregues aos profissionais da Saúde. Há reclamações neste sentido. Profissionais dizem - como por exemplo na unidade Assis Chateaubriand - que não recebem estes equipamentos. A senhora já possui conhecimento desta questão? Como está a situação?

 

Esta questão envolvendo os EPIs eu já tenho conhecimento, sim. Eu fui informada que faltam alguns EPIs e não é uma questão de dizer que foi problema do governo anterior. Não. Esta é uma questão crônica mesmo na Saúde. Temos um problema crônico em relação à colocação dos EPIs. Nós estamos tentando resolver. Está sendo feito uma revisão para que se detecte realmente o que falta. Estamos buscando para saber se já existiam processos (para aquisição) e onde estão estes processos. O trâmite de funcionamento da gestão pública é muito demorado e complicado e cheio de muitos atalhos com os quais - muitas vezes - a gente perde a paciência, se irrita. Queremos tentar avançar, mas os trâmites entravam. Esta é uma questão de obrigação do gestor de oferecer as condições de trabalho para os trabalhadores de Saúde. Esta sempre foi uma reclamação. Há 30 anos não se usava luvas. Os servidores da Saúde faziam os procedimentos sem a proteção nem de luva. Esta foi uma conquista. Ao longo dos anos estamos avançando e dando algum retorno em relação a isto.

 

Mas por se tratar de Saúde é preciso uma urgência nisto…

 

Sim. Mas veja, há também uma questão: as leis - ao longo destes anos - também mudam. Por vezes, quando você chega em um ponto onde você acha que conseguiu corrigir aí vem e aparece uma nova lei com uma nova exigência, com mais um equipamento disto ou daquilo e a gente sempre fica saindo atrás do prejuízo. Mas a ausência de alguns equipamentos é uma realidade e estamos trabalhando para conseguirmos avançar nisto também. Nós temos um núcleo na Secretaria de Saúde - e na Uncisal - que é de proteção e segurança ao trabalhador. Ele existe justamente para acompanhar casos como este.

 

Assim que a senhora assumiu a pasta foi falado muito sobre a situação da Secretaria de Saúde. Houve - inclusive - um intenso debate em relação a estas informações envolvendo a senhora e o ex-secretário da gestão passada do governo tucano. Melhorou a situação? Para quem ficou de fora assistindo este embate ficou parecendo que era uma secretaria travada. Ficou parecendo que - ao lado da Educação - seria a pior pasta do governo e que dificilmente iria avançar devido tantos problemas. O que melhorou? Já se conseguiu criar um sistema para que não faltem medicamentos e insumos?

 

Ainda é uma situação muito difícil. A Saúde é extremamente complexa. O trabalho da Saúde - na parte administrativa - sempre foi um problema. Eu esperava encontrar dificuldades, mas me surpreendi mais ainda com o nível de dificuldade administrativa da secretaria. Reorganizar isto - eu lhe garanto - que também não é fácil. O primeiro ponto: a equipe favorece francamente a atividade fim, que são as ações da Saúde. São quatro superintendências das quais três são de áreas fins. E que tem uma - que era tida como fim, mas que eu considero como meio - que é a de planejamento. Fora isto tinha uma coordenadoria administrativa e pouca organização. Com isto, os processos são muitos travados e com dificuldades. Encontramos uma situação caótica, com uma dívida que eu já mencionei em outras entrevistas. A gente não tinha nem a dimensão real do que era aquilo. Essa foi a primeira coisa a destravar. Precisamos focar em reestruturar a parte financeira da Secretaria de Saúde para poder ter acompanhamento de despesas, fluxo de caixa, avaliação do que estamos realmente pagando. Isto tudo foi uma parte administrativa que ainda não está 100%, mas estamos fazendo.

 

(Leia a entrevista completa no CM Press, já nas bancas).