Menos de dois meses após ser preso em um hotel de luxo em Maceió, o empresário Carlos Eduardo Pedrosa dos Santos, o Dudu Pedrosa, acusado de assassinar a tiros o assessor político Alisson Belarmino, em setembro do ano passado, em União dos Palmares, foi solto nesta semana por decisão do desembargador João Azevedo Lessa, do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).
 
Inconformada, a família da vítima procurou o CadaMinuto para contestar a revogação da prisão preventiva do acusado, que passou nove meses foragido da justiça antes de ser preso durante uma operação policial em junho deste ano.
 
 “O sentimento de impunidade que nos tomou durante os nove meses que ele (Eduardo Pedrosa) esteve foragido continua”, desabafou o advogado Alan Belarmino, irmão da vítima, afirmando que a defesa alegou que o empresário sofria de “bipolaridade extrema” no pedido de Habeas Corpus, apresentando laudos médicos referentes a atendimentos antigos, realizados no período de novembro de 2013 a julho de 2014.
 
Alan defendeu que o tratamento poderia ser realizado sem que o acusado fosse colocado em liberdade, ou, em última instância, poderia ter sido determinada a transferência dele do Presídio Cyridião Durval para uma clínica psiquiátrica.
 
“A liberdade foi concedida sem levar em consideração o agravante do período que ele ficou foragido. A decisão se baseou em quê para afirmar que ele sofre de transtorno bipolar grave e para deixá-lo solto na mesma cidade onde ele tirou a vida de outra pessoa?”, desabafou o irmão do assessor executado, acrescentando que, em União dos Palmares, o clima também é de indignação com a soltura do empresário.
 
Na decisão, o desembargador determinou ainda o cumprimento de medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar de Dudu Pedrosa a partir das 20h e a proibição de que ele se ausente da comarca onde reside.
 

O caso

Alisson Belarmino trabalhava como assessor político do então candidato a deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) quando foi assassinado, em setembro de 2014, durante um comício na localidade Rocha Cavalcante, em União dos Palmares. Testemunhas apontaram o empresário como autor dos disparos.

Carlos Eduardo, que também trabalhava na campanha, ficou foragido desde o dia do crime até junho deste ano, quando foi preso na Jatiúca, em Maceió, por determinação do juiz Carlos Bruno de Oliveira Ramos, titular da 3º Vara Criminal de União dos Palmares.