Após as declarações do irmão do artista plástico Luciano Amorim, em que contestava e repudiava a atuação policial que resultou na morte do artista e de outras duas pessoas, a Polícia Civil realizou uma entrevista coletiva à imprensa para divulgar os detalhes da operação, que ocorreu na madrugada de quinta-feira (13), num sítio em Junqueiro. Ao CadaMinuto, o irmão de Luciano, Marcelo Amorim, disse que a polícia agiu com despreparo e sem provas de envolvimento da vítima como integrante do grupo.
De acordo com a polícia, o artista plástico Luciano Amorim e outras duas pessoas, que não foram identificadas, eram integrantes de um grupo que planejava seqüestrar empresários de Arapiraca e regiões próximas. Segundo a polícia, ao cumprir mandados de prisão, houve troca de tiros entre os policiais e suspeitos, que resultou em três mortes.
Logo após a operação, o diretor de polícia judiciária área 2 (DPJA 2), Mário Jorge Barros, disse ainda que o grupo era investigado pela Polícia Civil por envolvimento a assaltos a banco, roubo de residências e pontos comerciais, roubo de veículos e tráfico de drogas.
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Na ação, foram apreendidas uma pistola e uma espingarda calibre 12. Uma mulher foi presa em uma casa, no bairro Canafístula, em Arapiraca e foi encaminhada para Maceió.
Irmão de artista contesta versão da PC
Marcelo Amorim, irmão do artista plástico, Luciano Amorim, que foi morto com um tiro na perna e no peito, disse que os policiais agiram com total despreparo e afirmou que não há nenhuma suspeita de que seu irmão tinha envolvimento com qualquer tipo de crime. “Meu irmão era um homem de bem e não um bandido como eles estão fazendo questão de divulgar. Todo mundo em Arapiraca sabe da sua índole, era algo incontestável. Não vamos deixar isso impune e com aval do Estado”, desabafa.
Segundo Marcelo, além do seu irmão e dos outros dois homens que foram mortos, estavam no sítio o caseiro, a esposa e mais três filhos do casal. “Mais de 20 policiais arrombaram o cadeado do sítio e depois foram até a residência do nosso caseiro, o renderam, apontaram uma arma e reviraram tudo. Isso sem mandado de busca e apreensão algum. Se ao menos houvesse uma investigação, eles teriam algo para comprovar”, diz.
Ainda de acordo com o irmão da vítima, a esposa do caseiro disse que os policiais que participaram da ação foram os mesmos que buscaram o caseiro para prestar depoimento sobre o caso, na manhã de quinta-feira.
“Eu tive uma conversa rápida com a nossa funcionária e ela me disse que não viu nenhum carro e que os policiais chegaram fortemente armados. Provavelmente eles estacionaram distante do sítio”, acredita.
De acordo com Marcelo, as vítimas estavam dormindo num dos quartos do sítio. O artista plástico, que recebeu dois tiros - um na perna e outro no coração morava em Arapiraca e desde terça-feira (11) passava uns dias no sítio da família.










