As mortes de três policiais em menos de quatro dias em Alagoas despertou, nos sindicatos que representam as categorias, a sensação de insegurança. Os crimes que vitimaram o sargento da Polícia Militar Dietmarx José da Silva, que morreu no dia 16, o policial federal Ubaldo de Oliveira Melo, assassinado no último sábado (18), e o agente da polícia civil Carlos Alfredo de Oliveira Wanderley, morto ontem (19), devem agora unir as categorias para cobrar segurança para quem tem a missão de proteger a população.
“Aquela sensação de insegurança que assombrava a população chegou aos policiais”, disse em tom de protesto o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Alagoas (Sindpol), Josimar Melo. Ele lamentou as mortes dos três policiais nos últimos dias e disse que pretende solicitar uma reunião com o secretário de Defesa Social, Alfredo Gaspar, para discutir a onda de violência contra os agentes da segurança pública.
“Ontem durante o enterro do Ubaldo, falava com os companheiros sobre uma reunião para discutir a violência. As políticas de combate à violência usadas não funcionam e é necessário mudança. Lamentamos demais perder mais um companheiro. Agora é confortar a família e buscar segurança para a categoria”, afirmou.
O agente aposentado da Polícia Civil Carlos Alfredo de Oliveira foi morto na noite deste domingo (19) no Vilage Campestre. Ele foi atingido por seis disparos, encaminhado ao Hospital Geral do Estado, mas não resistiu e morreu. O enterro acontece nesta segunda-feira (20) no Parque das Flores às 16 horas.

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O presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Alagoas (Sinpofal), Jorge Venerano, foi enfático ao defender mudanças no modelo de segurança adotado em todo o país. Ele defendeu a reformulação das formas de atuação e novas políticas públicas de segurança. No âmbito estadual, Venerano disse que pretende convocar uma reunião no Fórum Estadual de Segurança Pública para discutir a situação e cobrar soluções das autoridades competentes.

“É um momento de tristeza para todos nós. Perdemos o Ubaldo, agora um policial civil, também um policial militar e teve ainda os PMs baleados. É revoltante. Entendemos que tudo isso acontece em função da violência estar se alastrando devido ao modelo atual de segurança do país ser falido, ultrapassado e que precisa ser revisto urgentemente. É preciso acabar com o inquérito policial, pois ele não dá respostas. De cem casos apenas cinco chegam a resultado. Precisamos construir políticas públicas para conter a violência. A grande discussão é essa, ter investimento maciço para ter políticas eficazes para conter a violência”, defendeu.
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