O jornalista, Ricardo Rodrigues da Comunicação da Secretaria de Estado da Educação de Alagoas, escreve:

 

Os estudantes das escolas Moreira e Silva e Princesa Isabel, do Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa) decidiram celebrar o Dia dos Namorados de uma maneira diferente. Na próxima sexta-feira (12), das 09 às 11h,  alun@s promoverão um abraço coletivo contra a intolerância racial, religiosa e sexual. A ideia dessa mobilização surgiu nesta terça-feira (09), durante um debate sobre o racismo realizado no auditório da 13ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).

O debate foi promovido pelo Instituto Raízes de Áfricas, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, por meio da Coordenadoria Especial de Gestão de Pessoas e da 13ª CRE. A atividade faz parte do projeto ‘Roda de Conversa’, com o tema ‘Fala sério: Racismo, aqui não!’.

A Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos e a Secretaria de Estado, Esporte, Lazer e Juventude também apoiam o projeto, que visa elevar o nível de conscientização dos estudantes quanto à questão racial.

De acordo com a educadora Arísia Barros, que também é presidente do Instituto Raízes de Áfricas,  durante o debate, os alunos relataram vários tipos de preconceito e decidiram realizar uma manifestação no Cepa contra a intolerância racial, religiosa e sexual.

“O Dia dos Namorados foi escolhido para o abraço coletivo porque é um dia dedicado ao amor e não há sentimento melhor para combater a intolerância do que o amor ao próximo, manifestado de forma simbólica pelo abraço incondicional, sem distinção”, justificou Arísia Barros.

Para o aluno Joalison Santos da Silva, de 17 anos, o racismo existe dentro e fora das salas de aula. “Por isso, nada melhor do que uma mobilização como essa, programada para o dia 12 de junho, para combater a intolerância racial com muito abraço”, destacou.

A estudante do 3º Ano da Escola Estadual Moreira e Silva, Alane Cristina Souza, de 17 anos, também afirmou que já presenciou várias atitudes racistas em brincadeiras entre os colegas.

“Muitas pessoas em nossa sociedade dizem que não são racistas, mas ainda discriminam as pessoas por conta da questão social ou da cor da pele”, lamentou.

A proposta do abraço coletivo contra o racismo foi defendida de forma especial pelo aluno Edson José dos Santos, de 17 anos. Este ano, em um momento de carência afetiva, ele fez um cartazpedindo abraços dos colegas de escola.

“Por incrível que pareça, a ideia deu tão certo que outros colegas decidiram fazer o mesmo e essa atitude se espalhou pela escola. Por isso, tenho certeza que essa manifestação contra o racismo e todo tipo de preconceito, no dia dos namorados, vai ser um sucesso”, opinou Edson José.

Seminário

Além dos alunos do Cepa, o debate contou também com participantes do XIX  Seminário Afro Alagoano Ígbà Émí Wà, realizado de 22 a 25 de maio último, e que teve como tema ‘O Cotidiano do Racismo Contemporâneo e a Construção das Relações Humanas’.

“Este debate ampliado serviu para promover uma reflexão dialogada sobre o racismo presente no nosso cotidiano, principalmente entre jovens de diferentes grupos étnicos”, afirmou Arísia Barros.

Para ela, o debate serviu também “para pensar novos caminhos para a reinterpretação da discriminação racial e terminou com essa proposta maravilhosa, esse abraço contra a intolerância”.

O ato político é uma realização d@s alun@s do CEPA e do Instituto Raízes de Áfricas, contando com apoio do Governo do Estado de Alagoas, através da Secretaria de Estado da Comunicação, Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos, Secretaria ADJUNTA de Esporte, Lazer e Juventude, Secretaria de Estado da Educação e SINTEAL.

Informações: (82)98827-3656/3231-4201