Os familiares do agente penitenciário Joab Nascimento de Araújo Júnior – morto em uma ação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) ocorrida no dia 14 de maio – vão realizar uma caminhada, na próxima sexta-feira, dia 09, cobrando justiça em relação ao caso.
Os familiares e amigos do agente se reúnem, por volta das 9 horas da manhã da próxima sexta-feira, na Praça Centenário e seguem em uma pequena marcha até o Palácio República dos Palmares, onde pretendem levar o reclame ao governador Renan Filho (PMDB).
O pai do agente penitenciário, Joab Nascimento de Araújo, questiona – por exemplo – o fato do polícia J. Neto ainda estar trabalhando nas ruas após o acontecido com seu filho. “É um absurdo. Eu posso dizer que ele é um executor vestindo farda”, coloca o pai.
Joab Nascimento também reclama da atitude do governador Renan Filho. De acordo com ele, nas declarações dadas após o crime, o chefe do Executivo teria insinuado que o filho dele teria sido morto na ação policial por estar armado e ter agido de forma indevida.
“O governador foi infeliz em suas falas porque quis acusar meu filho, mas se não houvesse arma na mão de policial despreparado é que não haveria crimes como este. Hoje sou eu, mas amanhã pode ser qualquer um. Este governo brinca de ser governo”, expôs Joab Nascimento ao falar sobre os posicionamentos do governo em relação ao caso.
Nascimento lembrou que é policial e que já esteve em situações como a que envolveu o BOPE e seu filho. “Naquele momento, eu soube agir de forma adequada”. “O manifesto meu, de familiares e de amigos – porque meu filho tinha muitos amigos, era um homem de bem e pai de família – é por Justiça. Eu perdi parte de mim. Uma dor terrível”, finalizou.
O caso
O agente penitenciário Joab Nascimento de Araújo Júnior, 29 anos, foi baleado na noite da quarta-feira (13) durante uma abordagem de Policiais do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope).
A vítima foi atingida com um tiro de pistola .40 no abdômen, passou por procedimento cirúrgico ainda na noite de ontem, mas o seu estado de saúde era considerado gravíssimo, já que havia perdido muito sangue. Após a cirurgia, Joab foi encaminhado para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde passava por recuperação, no entanto não resistiu.
Joab estava na companhia do colega Josiel Dias da Silva, 39 anos, que também é agente penitenciário. Segundo as informações repassadas pela Polícia Militar, a vítima teria reagido à abordagem dos policiais do Bope realizada após uma denúncia de que homens armados teria ameaçado uma mulher dentro de um bar no Centro.
Josiel Dias da Silva foi preso por porte ilegal de arma de fogo e encaminhado para o Complexo de Delegacias Especializadas (Code), em Mangabeiras, onde prestou depoimento.









