A Serra da Barriga fica a cerca de 9 km do município de União dos Palmares, situado a nove quilômetros de Maceió, capital do estado de Alagoas. Faz parte do Planalto Meridional da Borborema.
Na Serra da Barriga foi edificado o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, primeiro equipamento do gênero no País, que reconstitui o cenário de uma das mais importantes histórias de resistência à escravidão ocorrida no mundo: a história do Quilombo dos Palmares – o maior, mais duradouro e mais organizado refúgio de pret@s escravizados das Américas. Nele, reinou Zumbi dos Palmares, o herói negro assassinado em 20 de novembro de 1695, data em que se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra.
A Serra da Barriga buchuda de problemas está com o umbigo estufado pra fora, relegada a um ostracismo inexplicável.
Essa parte da história do Brasil não provoca alvoroço no seio da política local ou nacional, pois, o berço da primeira República Negra e Livre da América Latina conta histórias de independência, e desde quando a equidade do povo preto brasileiro interessa aos poderes constituídos?
A Serra da Barriga hiberna entre o hegemônico desinteresse da classe política e a historicidade amorenada pela fragilidade dos espaços construídos.
Quase tod@s- homens e mulheres- da classe política em Alagoas, politicamente branc@s, “bem nascidos”- como também a Fundação Cultural Palmares e seus escritórios adjacentes tem feito, ano-após-ano, a mesmíssima coisa em relação a Serra da Barriga, ou seja coisa nenhuma! E ainda assistem calad@s à expulsão de moradores que faz mais de 40 anos dão vida para Serra.
Para a classe política daqui e d’alhures redefinir a imagem que a população de pele preta tem de si mesma e realinhar seu lugar na história do Brasil é coisa pra ess@s pouc@s pret@s que não tem mais o que fazer".
Os mesm@s pret@s que na época de eleição ganham lugares em pedestal. Em época eleitoreira somos todos e todas iguais. Os intocáveis donos do poder: homens e mulheres até ensaiam a fictícia proximidade com o povaréu que vota.
Montam o teatro do tal do café da manhã na feira, regado a abraços fáceis, tapinhas nas costas, beijos em crianças remelentas e de nariz escorrendo, com cheiro de miséria. É para que o povo acéfalo, na sua maioria pobre, desdentado, desempregado e de pele parda ou preta perceba o quanto nada vale.
Passada a eleição, o povo- pobre e preto- não cabe mais na agenda atribulada dos donos do poder.
Trabalhar a Alagoas da miséria é bem mais cômodo. A miséria dá voto fácil, e, em Alagoas isso é prato cheio.
Enquanto isso a Serra da Barriga pede socorro!
Help!!