Parentes não aceitam conclusão com o indiciamento por homicídio culposo

01/03/2015 10:08 - Polícia
Por Gilca Cinara
Image

A família da policial militar Izabelle Pereira vai recorrer junto ao Ministério Público Estadual (MP/AL) para mudar a tipificação do crime do qual a soldado foi vítima há seis meses, definido pelo delegado Lucimério Campos, na conclusão do inquérito policial concluído na última quarta-feira (25). A militar foi morta em 31 de agosto e 2014 por uma rajada de 17 tiros de submetralhadora, enquanto sua equipe fazia ronda no bairro do São Jorge.

A peça policial foi encaminhada para Justiça e para o MP com o indiciamento, pelo crime de homicídio culposo, de dois policiais militares, José Rogério Mariano da Silva e Samuel Jackson Oliveira de Lima, respectivamente comandante da guarnição e o patrulheiro que estava sentado ao lado da vítima.

“A família respeita a conclusão do delegado e até elogia o trabalho da polícia que buscou outros meios para realizar a investigação, porém vai pedir ao Ministério Público a mudança da tipificação do crime para homicídio com dolo eventual”, afirmou o advogado de defesa da família Thiago Pinheiro.

O advogado explicou que uma condenação por dolo eventual pode chegar até 20 anos de prisão. Essa tipificação de crime é muito aplicada em casos de acidente de trânsito quando o agente, mesmo sem querer aquele resultado, assume o risco de produzir. Desde o início da investigação, a informação de que a morte foi acidental era sustentada pelos militares.

O delegado Lucimério Campos concluiu que a morte foi acidental, mas agravada com as circunstâncias presentes na viatura. O caso gerou muitas especulações, principalmente, pela família da militar, que sempre reforçou que a versão apresentada pelos policiais era falsa. Os familiares chegaram a afirmar para a imprensa alagoana durante as investigações que Izabelle havia sido vítima de uma emboscada.

O delegado explicou as motivações que o levaram a concluir pelo indiciamento dos dois militares e as razões que ocasionaram a fatalidade: “A reprodução simulada da Polícia Federal ajudou a esclarecer alguns pontos já existentes da investigação, principalmente no detalhamento de alguns fatos, através dos exames realizados”, disse o delegado.

O indiciamento dos militares se deu, segundo o delegado, pelo fato de eles serem responsáveis pelo manuseio adequado do armamento existente dentro da viatura. A reprodução simulada da PF concluiu que o acionamento do gatilho da submetralhadora foi ocasionado pelo toque do cano de outra arma, que estava dentro do veículo, pertencente ao patrulheiro sentado ao lado de Izabelle.

Leia mais na Edição do Cada Minuto Press desta semana.

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..