Os três réus acusados de assassinar a empregada doméstica Maria de Lourdes de Melo, no Conjunto Carminha, no Benedito Bentes, em 2011, foram condenados pelo crime de homicídio triplamente qualificado. A sentença foi lida no final de noite desta segunda-feira (23) pelo juiz Geraldo Amorim que presidiu o júri popular.
Em sua sentença, o magistrado detalhou que os criminosos cometeram o crime por motivo torpe, com requintes de crueldade, e por ter pego a vítima de surpresa sem a mínima chance de se defender. Na distribuição das penas, Willians Vicente foi condenado a 35 anos de prisão, Jamisson Jonas foi condenado a 28 anos e sete meses de prisão e Cremilda Nicolau a 34 anos e quatro meses.
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O julgamento durou todo o dia de ontem e contou como testemunha, o ex-esposo de Maria Lourdes, o pedreiro Adriano José dos Santos, que contou detalhes do crime.
Adriano José fez fortes relatos de como foi presenciar a morte de sua companheira e a tensão de viver sob ameaça de morte. “Quatro pessoas encapuzadas invadiram minha casa durante a madrugada. Um deles era o Willians e o outro o Gabinha. Eles apontaram o revólver para a minha cabeça, mas disseram que queriam ela. Eles a mataram e cortaram sua cabeça. Depois disso, comecei a ser ameaçado”, relembrou.
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O pedreiro contou ainda que Cremilda não estava presenta no dia do crime, mas que ela foi a responsável por retornar a casa e ameaça-lo. “Ela roubou celulares e um forno micro-ondas para vender e comprar drogas”, detalhou.
Confissão
O primeiro réu a ser ouvido pelo juiz Geraldo Amorim confessou ter atirado na doméstica, mas alegou que participou do crime por estar sofrendo ameaças. Willians disse que cometeu o crime alegando que Gabinha, um dos participantes da ação, teria o ameaçado de morte junto com toda a sua família caso se recusasse a matar Maria de Lourdes.
O réu contou que recebeu de Gabinha um revólver e realizou o disparo contra a dona de casa. “Só cometi o crime porque ele ameaçou matar minha família, pois tinha parado de vender drogas para ele. Só atirei, não decaptei ela”, relatou.
A condenação já era esperada pelo promotor do Ministério Público José Antônio Malta Marques. “Para este crime, a acusação poderia mostrar apenas os recortes de jornais que, por si, já revelariam a brutalidade do crime. Em 20 anos de profissão, nunca tinha visto tamanha crueldade.”, disse Marques.