Envoltos em acusações sobre tortura, sequestro e cárcere privado de Davi Silva, a única afirmação que os quatro militares apontados como responsáveis pelo caso afirmam é a inocência a qualquer custo. Depois de receber apoio do Comando da PM, dois deles chegaram a ter cogitada a possibilidade de receberem uma colaboração premiada ofertada pelo Ministério Público, fato negado pela defesa. Nesta sexta-feira (20) os promotores Givaldo Lessa e Marluce Falcão devem se reunir para decidir se pedem ou não o indiciamento e a prisão preventiva dos militares.

Segundo Leonardo Moraes, que atua na defesa de Eudecir Gomes de Lima, Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, Victor Rafael Martins da Silva e Nayara Silva de Andrade disse ao CadaMinuto que esteve reunido com promotores do Ministério Público e que foi cogitada a possibilidade do oferecimento da delação premiada.

Ele afirma que mesmo seus clientes negariam o recurso, já que eles afirmam não terem participação nenhuma no sumiço do jovem. O advogado Leonardo Moraes reforçou a inocência dos militares acusados no caso com o detalhamento de alguns pontos de contradições contidos no inquérito policial, principalmente, sobre as informações prestadas pela testemunha chave, o jovem que acompanhava Davi Silva no dia do seu desaparecimento.

No inquérito, segundo o advogado, a polícia relata que a abordagem ocorreu entre 8h20 a 09h da manhã, mas a testemunha disse em depoimento que a abordagem ocorreu entre 7h10 e 7h20.  “Temos provas documentais de que nesse horário eles (militares) não estavam no Benedito Bentes. Existem muitas contradições na investigação”, disse Moraes.

A mesma testemunha foi encaminhada 15 dias após o desaparecimento do jovem à sede do Ministério Público Estadual (MPE/AL) para fazer o reconhecimento dos militares. “Nesse dia foram colocados oito policiais e esse jovem estava de máscara para ser identificado. Ele disse que não reconhecia ninguém e três meses depois ao acompanhar os depoimentos prestados pelos militares por vídeo, ele afirmou que os reconheceu”, detalhou os militares. 

Por meio da assessoria de comunicação do Ministério Público Estadual, a promotora Marluce Falcão, afirmou que foi acordado juridicamente que nenhuma informação da reunião entre membros do MP e os militares seria divulgada antecipadamente.

A promotora afirmou ainda, que nesta ainda nesta sexta-feira, haverá uma reunião entre promotores e que posteriormente, um parecer sobre o caso será entregue e divulgado.