Os quatro policiais militares da Radiopatrulha, acusados do sumiço e morte do jovem Davi da Silva, em agosto de 2014, seguem trabalhando normalmente em serviços burocráticos da corporação. O comandante da Polícia Militar, Coronel Lima Junior, teve uma reunião com os PM’s e afirma que a corporação irá apoiá-los até o final do processo.
Na última sexta-feira, o Comandante da PM, Coronel Lima Junior, recebeu os militares do Quartel Geral e deixou claro que não poderá tomar outra decisão, enquanto o Ministério Público não apontar nova recomendação e a Justiça não levar os policiais a julgamento.
“A guarnição esteve aqui porque afirma categoricamente ser inocente e não possuir qualquer envolvimento com o sumiço do adolescente. Vamos respeitar a presunção da inocência e estamos a partir deste momento garantindo a assistência jurídica para os policiais, através de convênio firmado com a Defensoria Pública”, informou o comandante ao site oficial da PM.
Os militares suspeitos de participação no caso, Eudecir Gomes de Lima, Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, Victor Rafael Martins da Silva e Nayara Silva de Andrade serão indiciados pelos crimes de tortura, sequestro e cárcere privado, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Porém, o comandante da PM reitera que a corporação irá acompanhar o caso e oferecer suporte jurídico. Caso as provas sejam contundentes e os acusados levados a julgamento e condenados, serão punidos conforme a Lei.
“Estaremos do lado da guarnição até a finalização do processo. Se restar comprovado que eles são culpados, serão devidamente responsabilizados conforme a Lei, mas enquanto isso não ocorrer daremos todo o apoio necessário para que possam se defender e o caso seja elucidado”, finalizou Lima Júnior.
O CASO
Davi da Silva desapareceu no dia 25 de agosto de 2014, após uma abordagem da Radiopatrulha no Benedito Bentes. Desde então, a família iniciou uma série de cobranças e denúncias contra a Polícia Militar.
Neste período, outro caso chamou atenção. A mãe de Davi, Maria José da Silva, foi baleada na cabeça de forma misteriosa, numa ação criminosa que vitimou um morador de rua no Centro de Maceió.
O desaparecimento do jovem ainda desencadeou outro ato de manifesto, quando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Seccional Alagoas, iniciou uma contagem de dias do desaparecimento de Davi, além de uma campanha intitulada “Alagoas Quer Saber”, que procurava outros alagoanos desaparecidos e sem informações.
No último dia 12 de fevereiro, à pedido do Ministério Público, a Policia Civil indiciou os quatro militares envolvidos no caso.
*Colaborador