(Atualizada as 18h25)
Depois de seis meses do desaparecimento do jovem Davi da Silva, de 17 anos, a Polícia Civil informou nesta quinta-feira (12) que já concluiu e encaminhou à Justiça o Inquérito Policial originário da Delegacia dos Crimes Contra Crianças e Adolescentes (DCCCA), órgão responsável pela apuração do desaparecimento do adolescente, ocorrido no dia 25 de agosto de 2014.
Segundo informações da assessoria da Polícia Civil, os agentes suspeitos de participação no caso, Eudecir Gomes de Lima, Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, Victor Rafael Martins da Silva e Nayara Silva de Andrade serão indiciados pelos crimes de tortura, sequestro e cárcere privado, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
A família e a PC realizaram diversas operações de busca na tentativa de localizar o jovem que desapareceu no Conjunto Cidade Sorriso, no bairro Benedito Bentes, na capital alagoana, apósa abordagem de uma guarnição da Radiopatrulha.
Informações de testemunhas dão conta que Davi da Silva teria sido colocado dentro da cela da viatura. Muitas tentativas e diversos órgãos se envolveram na tentativa de localizar o adolescente ou de obter alguma informação, porém todas foram em vão.
Na tentativa de obter êxito, a Delegacia Geral da Polícia Civil criou uma comissão composta pelos delegados José Carlos André, Lucimério Campos, Antonio Edson e Antonio Henrique, para apurar o caso, em caráter especial.
“A comissão reuniu diversas provas, testemunhais e técnicas, que indicaram que o adolescente foi sequestrado, torturado e depois assassinado, tendo o corpo ocultado em local ainda desconhecido dos investigadores”, informou a assessoria da Polícia Civil.
Conforme depoimentos colhidos pelos agentes da PC, constatou-se que “a abordagem se deu em plena luz do dia e na presença de diversos transeuntes e moradores do bairro, que foram ouvidos e afirmaram que os responsáveis pela intervenção policial foram policiais da Radiopatrulha, batalhão que possui sinais característicos, farda rajada e com a imagem de um cachorro pittbul nas suas viaturas”, afirmou a assessoria.
O levantamento das informações e as provas técnicas apontaram que os quatro policiais militares da Radiopatrulha, responsáveis pela abordagem, participaram da ação. Diante disso, a Comissão de Delegados de Polícia representou pela prisão preventiva de todos os policiais militares, que foram identificados e inquiridos no inquérito policial.
A assessoria informou ainda que a Comissão informou que, com a conclusão do inquérito policial, a Polícia Civil encerrou seu trabalho e encaminhou ao Ministério Público Estadual para analise dos autos e para as providências necessárias, por esta razão, os delegados não concederão entrevistas sobre o caso.
A assessoria do MPE informou que o caso está com a Promotoria de Justiça Coletiva Criminal. Os promotores terão 15 dias para se manifestar acerca da necessidade e adequação da prisão dos indiciados e sobre suas responsabilizações penais.