O número de jovens e adolescentes infectados pelo vírus HIV está cada vez maior. Na faixa etária de 15 a 20 anos, segundo o Programa de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), encontra-se um grupo de risco que vem preocupando os órgãos que trabalham na prevenção da Aids. Entre os jovens, há uma sensação de que a doença está controlada e que, por isso, não há risco de contrair o vírus.
A vida sexual começando cada vez mais cedo, o uso do coquetel de Prevenção Pós Exposição (PPE), utilizado até 72 horas após uma relação de risco, grande consumo de álcool e drogas, onde os jovens não conseguem avaliar uma situação de risco, são apontados pelo Programa de DST/Aids da SMS como fatores que contribuem para esse aumento.
Para a psicóloga do Programa, Mariana Costa Falcão, não existe cara para o HIV, como existe para a Aids. “Quando uma pessoa está com Aids em um estado mais avançado, nós identificamos, através de algumas características corporais, mas os portadores do HIV não aparentam ter o vírus, que pode se manifestar muitos anos depois e as pessoas acabam assumindo um comportamento de risco sem saberem”, explicou.
Ainda segundo Falcão, é um erro achar que a Aids é uma realidade distante. “Muitas pessoas, sobretudo os jovens,assumem um comportamento autossuficiente e acreditam que aquilo nunca vai acontecer com eles. Sabem da existência do risco, mas devido aos meios como o coquetel pós-exposição e os testes rápidos, eles preferem, ainda assim, arriscar. Existe uma espécie de banalização tanto do HIV, quanto da Aids”, afirmou.
Ações do município
No Bloco I do PAM Salgadinho foi registrado um grande número de exames com resultados positivos para o vírus HIV, sendo observado também o aumento do número de testagens entre os adolescentes. “O jovem tem mais informações sobre a doença hoje em dia, tanto que procuram os serviços de saúde para realizar os testes, mas ainda assim, assumem comportamento de risco”, ressaltou.
A Secretaria Municipal de Saúde realiza permanentemente, não só para esse público, atividades de prevenção e conscientização sobre HIV/Aids e Hepatites Virais, como a distribuição e abastecimento das unidades de saúde com preservativos femininos e masculinos, implantação do teste rápido nas unidades de saúde, além do aconselhamento do usuário que necessita do tratamento.
No Bloco I do PAM Salgadinho, existe um grupo que trabalha com adolescentes portadores de HIV e que se reúne mensalmente para fornecer apoio sobre projetos de vida desses jovens, adesão ao tratamento e como é viver com o HIV, dando todo o suporte psicológico necessário para que eles enfrentem a doença da melhor forma possível e com tratamento seguro e adequado.