Na subida para casa levou uma dura da polícia, mas como estava documentado não se importou.
O policial, com ar de pouco amigo, pediu que apresentasse o RG, ou a cédula de identidade, prontamente o fez ,e, logo depois recebeu voz de prisão.
Assustado perguntara por que estava sendo preso.
O policial explicou que um assalto acontecera fazia pouquinho tempo e a descrição do sujeito batia com a dele: homem preto, jovem e cabelo black power.
Calmamente alegou que, ali onde morava, havia milhares de homens negros com a mesma descrição.
Mandaram-lhe calar a boca. Quem ele achava que era, desrespeitando a autoridade. Levou um safanão no pé da orelha. Jogaram-no no camburão- feito cela de vergonha exposta para o mundo ver.
Fecharam a porta da viatura e lá foi ele escoltado pela sirene gritadeira: pegamos mais um!
No amontoado de gente curiosa que observava sua desonra viu, alguns de seus conhecidos movendo a cabeça em sinal de reprovação.
Ao chegarem à delegacia “Eureka” o verdadeiro ladrão já lá estava, e nem cabelo black power tinha. Um mulato fornido falou o delegado.
Pediram desculpas ásperas e mandaram-no de volta a casa.
Saiu desmoralizado e com uma angústia desconhecida massacrando lhe o futuro.
É assim que o braço armado do poder trata o povo preto.
Foi assim!