O relatório que aponta um aumento no número de policiais mortos em confrontos e também mortes fora de serviço também repercutiu entre as associações militares. Em entrevista ao CadaMinuto, o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), major Welington Fragoso, disse nesta quarta-feira (10) que os números refletem a exposição que os militares estão condicionados no enfrentamento do crime.
Para Fragoso a polícia acaba sendo vítima nas ações que resultam em mortes para ambos os lados. “Temos que observar que o policial muitas vezes vai para as ruas com pouca estrutura, baixo efetivo e tem que lidar com bandidos que estão ás vezes em melhores condições de armamento. E quando acontece a morte de um militar, mesmo que não seja durante o serviço é reflexo da forma como os criminosos veem a polícia, como oponentes”, comentou.
Nos dados apresentados hoje pela manhã pela Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL, apontam que em 2012 foram 21 criminosos mortos em troca de tiros com polícia. Já em 2013 esse número teve um acréscimo de três mortes e em 2014 os dados mostram o dobro, com 57 mortes de acusados.
Do outro lado, o relatório elaborado pela Comissão aponta que 17 policiais morreram no combate ao crime este ano, sendo 14 fora de serviço e três durante o expediente, sendo dois militares e um civil. No entanto, dados divulgados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2014 mostram que Alagoas está muito baixo dos outros estados que registraram mortes de policiais militares em confronto, registrando 10 mortes.
O representante da Assomal defendeu que a Comissão deve também lutar e cobrar providências em favor dos militares. “Vamos visitar as famílias que perderam entes queridos vítimas de criminosos, ver como eles sobrevivem depois da tragédia. Acho que a legislação penal deve ser modificada e deve haver a redução da maioridade penal, bem como dobrar a pena para aqueles que cometem crimes contra agentes da Lei. Bandido tem que respeitar o policial, hoje há uma inversão desses valores”, completou.
