Neste mês, o bandolinista e compositor Danilo Brito lançou seu 5º álbum no Brasil. Trata-se do primeiro trabalho feito totalmente de composições próprias do artista. Além disso, no ábum homônimo Danilo mostra uma realização com a qual sonhava há algum tempo: ter um conjunto que representa a extensão do seu bandolim. O quinteto de músicos talentosos é formado por Carlos Moura no violão 7 cordas, Wesley Vasconcelos no violão, Lucas Arantes no cavaquinho e Roberto Figuerôa no pandeiro. O disco tem ainda a participação especial do pianista André Mehmari.

Esta formação traz solidez e maturidade para a linguagem do novo álbum, desenvolvido com muito estudo, ensaio e a dedicação que possibilita uma performance artística no nível mais alto da música mundial.  “Buscamos aquela interação que só a convivência proporciona. A intenção é que nada desse esforço seja sentido. Ao contrário, o objetivoé que sintam apenas a mágica da música, o deslumbramento que ela causa, a unidade do grupo”, revela o artista.

Lançado nos Estado Unidos

O álbum “Danilo Brito” foi lançado nos Estados Unidos no primeiro semestre deste ano, em turnê com apresentações no gigante Spoleto Festival, Carolina do Sul e no conceituado clube de jazz Kuumbwa, na Califórnia, destaques entre mais de 20 concertos. O trabalho agradou público e formadores de opinião, que puderam tomar contato com um estilo musical de raízes brasileiras e o talento do músico prodígio. Brito começou a dedilhar o bandolim de seu pai aos três anos e ainda na infância desenvolveu uma técnica própria, de maneira totalmente autodidata. Aos 12 já se apresentava profissionalmente e com apenas 19 anos venceu o prestigiado Prêmio Visa de Música de melhor instrumentista, no qual concorreu com 514 artistas de todo o mundo.

Faixa por faixa: o choro do século XXI

“Danilo Brito” é o quinto álbum da carreira do bandolinista e o primeiro feito totalmente de composições próprias. Com 30 minutos de duração, traz nove músicas que revelam a marcante personalidade do intérprete com melodias e modulações mais contemporâneas em meio à influência tradicional da harmonização do choro.

O choro que abre o álbum, intitulado “Sobrou Meio”, é musicalmente surpreendente e traz logo nos primeiros compassos uma nota  intrigante que quase não se encaixa por meio tom.  “Pega Ratão” é um tipo de desafio a instrumentistas que gostam de exibir técnicas e “Impetuoso” é um choro ritmicamente balançado, com modulações inesperadas.

“Foi Ontem” é um maxixe que faz uma alusão a compositores antigos do passado, como “Tia Amélia”, por exemplo, e tem participação de Aragão no afoxé. O choro “Generoso”, tocado em violão tenor, é uma homenagem a Dominguinhos e tem a contribuição do solo de cavaquinho do talentoso Lucas Arantes.

O álbum apresenta quatro valsas. “Maria Silvia” é uma valsa romântica e galante, como as valsas europeias. “Valsa Vermelha” é uma valsa choro tradicional brasileira, dividida em três partes tradicionais e a “Tica” possui estilo diferente, mais fantasioso e aventureiro, com alguns momentos de tensão.

Encerrando o disco, “Madrigal Merencório” é uma valsa originalmente feita para bandolim solo, mas que teve a brilhante contribuição do pianista André Mehmari que fez uma participação especial no álbum em um dueto arrepiante com Brito.

O álbum “Danilo Brito” terá distribuição física e digital. Acompanhe lançamento no site www.danilobrito.com.br.

Danilo Brito: choro na alma

Brito é um músico prodígio, que aos três anos começou a dedilhar o bandolim de seu pai. Tendo apenas os discos como mestres, fez do Choro sua música e dele extraiu toda a riqueza: a virtuosidade técnica, o sincopado, os contrapontos e o sentimento ora eufórico, ora melancólico. Criou um estilo próprio, de respeito à tradição e beleza para o novo século.

Aos 13 anos gravou seu primeiro álbum como solista, “Moleque Atrevido”. Como parte do Prêmio Visa de Música, que ganhou como melhor instrumentista, gravou seu segundo álbum “Perambulando”, que recebeu inúmeros elogios da imprensa nacional e estrangeira. Seu terceiro álbum “Sem Restrições” continuou recebendo aclamação, sendo referido pela imprensa como “música pura e cristalina para ser ouvida sem reservas”.

Brito dedica-se à música instrumental do Brasil, ocupando-se em realizar estudos, gravações, apresentações e palestras nacionais e internacionais.  Recentemente, foi considerado “um fenômeno do bandolim, o maior representante da música instrumental brasileira” pelo famoso bandolinista David Grisman, no Simpósio de Bandolins internacional de Santa Cruz, California, de 2014.