A audiência em que ocorreria a acareação entre os acusados do assassinato de Franciellen Rocha foi adiada pela terceira vez, nessa terça-feira (04), após atrasos e ausência dos réus. Os cinco envolvidos no crime seriam ouvidos pelo juiz Geraldo Amorim no Fórum do Barro Duro, mas, com o novo adiamento, a audiência só deverá ser remarcada para o próximo ano. Em entrevista à imprensa, a defesa dos réus afirmou que irá impetrar até amanhã (05) um pedido de ordem de habeas corpus.

A acareação deveria ter início às 14h, no entanto, segundo o advogado Gilson Sales, que atua na defesa de Vanessa Ingrid, a principal acusada do crime, apenas três réus foram oficiados para a audiência. Além disso, Sales disse que não havia viatura disponível para a transferência dos acusados do Sistema Prisional até o Fórum, o que gerou um atraso de mais de 1h e fez com que o defesa entrasse com pedido de adiamento.

 “Para a audiência acontecer, os cinco deveriam ter sido oficiados, já que o objetivo do magistrado era confrontar as versões sobre o crime. Mesmo que todos estivessem, a acareação começaria com um grande atraso. Fomos informados que até 15h eles ainda estavam no presídio porque não tinha viatura para transferi-los e o estatuto da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) determina o início em até 30min após o horário marcado. Sendo assim, requeremos o adiamento e ingressaremos com o pedido de habeas corpus”, disse Sales.

O advogado do acusado Saulo Pacheco, Leonardo de Moraes, confirmou que irá impetrar o pedido de liberdade e fez críticas ao Estado. “As audiências atrasam porque é o Estado é desorganizado. O comunicado é feito, no mínimo, com três semanas de antecedência e quando chega no dia da audiência há problemas como este”, comentou o advogado.

Moraes acrescentou que o adiamento favorece os acusados. Segundo ele, a determinação de prisão temporária chegará ao limite e “o excesso do prazo viola o direito fundamental dos réus”, por isso será impetrado o pedido de ordem de habeas corpus.

O caso

De acordo com informações da polícia, a mentora do crime, Vanessa Ingrid, estava em São Paulo, quando soube de um possível envolvimento de seu namorado Genilson com sua amiga Albertina, uma das envolvidas na morte de Franciellen.

Ao chegar em Maceió, Vanessa alugou um apartamento no edifício Renover, em Cruz das Almas e convidou Albertina para ir à ‘festa’ em seu apartamento. Ao chegar no local, as duas brigaram, Albertina negou qualquer envolvimento com Genilson e afirmou que era Franciellen que mantinha um caso com o pivô do crime.

Após esclarecer a situação, no dia 15 de fevereiro de 2012, Albertina ligou para Franciellen e a convidou para a festa no Edifício que horas depois resultaria em sua tortura e morte.

Franciellen foi até o apartamento com duas amigas que não participaram da festa e foram embora. Os outros acusados já se encontravam no apartamento.

Tortura

Antes de ser morta, Franciellen foi torturada durante 2 horas. De acordo com a polícia, as menores ASBC e MSBC queimaram cigarros na face da vítima, enquanto Victor, Thiago e Saulo deram socos em Franciellen. Os cabelos de Franciellen foram cortados com faca, ainda quando a jovem estava no quarto do apartamento.

Sentindo as dores da agressão, os acusados afirmaram à polícia que Francyellen estava “mole” quando foi conduzida ao carro pelas oito pessoas que se encontravam no apartamento, sendo 3 menores.

As investigações apontaram também que os acusados de cometer o crime compraram 5 litros de gasolina e uma caixa de fósforos num posto de combustível e se dirigiram ao local em que Franciellen foi morta. A perícia constatou que os agressores teriam ateado fogo na vítima, que se debateu ate morrer, uma vez que o corpo foi corpo encontrado a alguns metros do local em que tudo teria iniciado.

No ano de 2011, Vanessa cometeu homicídio contra Amanda, de apenas 18 anos. Amanda foi morta com 9 disparos de arma de fogo e também teria tido um caso com Genilson.