Após analisar o autos do inquérito que envolve a morte da soldado da Polícia Militar Izabelle Pereira, o advogado dos militares, Leonardo Moraes defende que uma possível linha de investigação é de que alguém teria manuseado a arma antes fossem efetuados os disparos que atingiram mortalmente a militar.
Segundo o advogado, “os estudos apontam para a prática de homicídio culposo, ante a negligência no manuseamento do instrumento ou falta de cuidado”.
Apesar das alegações de que a arma não apresentava defeitos, Moraes defende que “foram realizados de 28 a 30 disparos de arma de fogo no tempo de, aproximadamente, 7 segundos. A perícia comprovou que a opção “rajada” não estava acionada na arma, mas efetivamente os disparos foram feitas em rajada, demonstrando que a arma era defeituosa”.
Quanto às suspeitas de envolvimento dos outros integrantes da viatura no caso, advogado afirma que “estão querendo imputar o resultado aos três ocupantes do carro, cujo motorista estava dirigindo no momento dos disparos e portanto não poderia estar manuseando uma arma daquele porte. O carona estava ensinando o caminho para o motorista e os que estavam no banco de trás não estavam segurando a submetralhadora que disparou”.
No momento dos disparos a viatura saiu em alta velocidade por achar que estaria havendo uma emboscada. Ao chegaram num local mais adiante Moraes destacou que, ”só nesse momento os integrantes do veículo perceberam que Izabelle estava feriada e foram direto para o Hospital Geral do Estado (HGE). Só ao chegar no hospital é descobriram que os tiros partiram da submetralhadora que estava dentro do carro”.
Aa saída para a total elucidação do caso seria fazer a reconstituição do crime, defendo Leonardo Moraes. Mas, o advogado afirma que isso é complicado uma vez que “infelizmente nosso Estado não possui o aparelhamento necessário para tal perícia”.
O caso
A PM Izabelle Pereira foi atingida por disparos de uma submetralhadora no dia 31 de agosto. A policial estava dentro de uma viatura da RP, juntamente com outros três colegas, quando seguiu para um chamado no bairro de São Jorge, em Maceió, e foi surpreendida pelos disparos de uma arma que estaria no interior do veículo.
Levada às pressas para o HGE, a militar deu entrada em estado grave e foi direto para o centro cirúrgico onde passou por um procedimento para retirada das balas e sutura dos ferimentos. Ainda na chegada ao hospital, a paciente sofreu duas paradas cardíacas.
A militar não resistiu à gravidade dos ferimentos e foi a óbito na mesma noite na unidade hospitalar.