O Parque Memorial Quilombo dos Palmares foi inaugurado dia 19 de novembro, n’uma esplendorosa manhã de segunda-feira, sol esbanjando quentura, quando os relógios marcavam 11 horas, e contou com a presença do ministro de Estado da Cultura, Gilberto Gil, autoridades de Alagoas, líderes do Movimento Negro e também quilombolas de diversos estados brasileiros.
O Parque Memorial Quilombo dos Palmares foi inaugurado em 2007, a partir do esforço herculano de Patrícia Mourão , coordenadora da Magna Mater, a ONG e está fincado na Serra da Barriga, no município de União dos Palmares, em Alagoas, e nos traz a compreensão da afro-brasilidade, desde a participação dos povos ancestrais à interpretação contemporânea da liberdade humana.
Conhecer o Parque Memorial Quilombo dos Palmares é uma experiência inesquecível, alimento raro e indispensável para acalentar os cheiros e memória do identitário negro.
Como um dos maiores e mais importantes empreendimentos da afro-culturalidade, o Parque Memorial Quilombo dos Palmares , o único equipamento cultural no gênero em toda a América Latina- carece do olhar atento, urge por soluções políticas diferenciadas visando fomentar sistematizadas políticas sustentáveis, que se traduzam como resultados mensuráveis estimulando a cultura, turismo, políticas de educação e geração de emprego e renda.
Sustentabilidade essa é a palavra!
Passados sete anos da inauguração o Parque é um mapa de incompletudes.
O caminho que nos leva ao Museu a céu aberto é asfaltado de vazios e buracos intermináveis. Uma semi-estrada-acesso retorcida pelo peso dos anos e do descaso institucional.
Faz sete anos que as autoridades sobem a Serra da Barriga- sempre na “festa” do 20 de novembro- e prometem mundos e fundos na construção do acesso à nossa historicidade negra , mas como algo descartável ,as promessas são logo esquecidas e sempre se renovam na festa do próximo ano, no 20.
O município de União dos Palmares ainda está em processo de entender o que ele é. Se herdeiro das lutas de Zumbi ou da burocracia que nos rouba a historia.
E nós, o povo negro, daqui e d’ácola carecemos do entendimento sobre os porquês de nossa omissão contemporânea em relação ao quilombismo.-pertencimento.
Negamos a Serra que nos pariu!