Os oito vereadores de Joaquim Gomes deixaram a Casa de Custódia da Capital no começo da tarde desta quinta-feira (16). Os habeas corpus foram expedidos pela 17ª Vara Criminal, que também determinou a prisão dos acusados de receber propina para integrar a base aliada do prefeito afastado Antônio de Araújo Barros, o Toninho Batista (PSDB).
Os vereadores seguiram para suas residências, mas devem se apresentar aos juízes da 17ª Vara Criminal nas próximas horas.
O advogado de defesa Welton Roberto explicou que a decisão foi expedida juntamente com a determinação do afastamento dos parlamentares dos cargos. Segundo ele, a gravação apresentada pelo MPE, onde os vereadores aparecem recebendo dinheiro do ex-secretário de saúde do município, precisa ser periciada, já que passou por uma edição.
O advogado disse ainda que não existe prazo para que a perícia seja realizada e, por isso, a prisão dos vereadores não poderia ser sustentada durante todo esse tempo.
Os acusados foram afastados dos cargos a pedido do Ministério Público Estadual (MPE/AL) que também solicitou que os suplentes assumissem os cargos imediatamente.
Foram presos Edivan Antônio da Silva, Antônio Gonzaga Filho, Edvaldo Alexandre da Silva Leite, Cícero Almeida Lira, Adriano Barros da Silva, Antônio Márcio Jerônimo da Silva, Antônio Emanuel de Albuquerque de Moraes Filho (Maninho) e ex-secretário de Saúde Ledson da Silva e a vereadora Tereza Cristina Oliveira de Almeida.
O caso
Os oito vereadores foram presos enquanto participavam da sessão ordinária na Câmara Municipal no dia 8 de outubro, em cumprimento a mandados de prisão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.
A operação, denominada pelo promotor de Justiça de Joaquim Gomes, Carlos Davi, de “Mensalinho”, em referência ao Mensalão - maior escândalo de corrupção política mediante compra de votos de parlamentares no Congresso - investiga o pagamento de propina entre o Legislativo e o Executivo Municipal.
De acordo com o promotor, a investigação teve início com base no vídeo, feito em outubro de 2013, em que aparecem quatro vereadores recebendo dinheiro da antiga gestão do executivo municipal. Outros quatros foram citados pelo secretário de saúde.