Atualizado às 11h58. 

O laudo pericial na submetralhadora Taurus que matou a soldado da Polícia Militar Izabelle Pereira foi divulgado na manhã desta quinta-feira (09), durante uma entrevista coletiva. O perito Ricardo Leopoldo, responsável pelos testes na arma, explicou que o equipamento não disparou sozinho e que o gatilho foi acionado para que os tiros que vitimaram fatalmente a militar fossem disparados.

“Trabalhei 26 dias em cima desse caso e fizemos inúmeros testes. Fizemos testes de queda em altura e movimentos bruscos e a arma não disparou. Nesses testes, a coronha da arma chegou a quebrar e não houve disparo”, afirmou Leopoldo.

Quando questionado se a única maneira de o gatilho ser acionado seria por ação humana, o perito explicou que os testes não podem determinar isso. “Chegamos à conclusão de que a arma foi acionada, mas não podemos dizer como isso aconteceu. O que podemos dizer é que não foi por movimentos bruscos na viatura, já que fizemos testes e isso não foi possível”.

Sobre a rajada de 30 tiros, dos quais 17 atingiram Izabelle, Leopoldo afirmou que isso aconteceu devido ao desgaste em uma peça chamada buster. Ele disse também que a arma estava em “péssimas” condições.

A família

Presentes à coletiva, parentes de Izabelle fizeram muitos questionamentos. O pai da militar Cláudio Silva dos Santos indagou o perito sobre a quantidade de projéteis que foi analisada. Leopoldo informou que periciou o material que recebeu.

Ao fim da coletiva, Cláudio afirmou não ter dúvidas de que um dos militares que estavam na viatura apertou o gatilho da arma. “Não tenho conclusão nenhuma, quem está dizendo é a Perícia. A arma estava custodiada por um militar chamado Jackson Lima. Ele e os outros militares estão omitindo algo, já que disseram que ninguém tocou na arma”, desabafou.

O advogado da família da vítima, Thiago Pinheiro, informou que irá procurar o delegado do caso Lucimério Campos. Segundo ele, será pedido o indiciamento dos três militares que estavam na viatura com Izabelle por homicídio.

O diretor do Instituto de Criminalística José Cavalcante, também presente à coletiva, informou que a perícia não fará a reprodução simulada por falta de profissionais aptos para esse procedimento. O teste, mesmo solicitado pelo delegado responsável, não será feito. 

O caso

Izabelle Pereira foi atingida por disparos de uma submetralhadora no dia 31 de agosto. A policail estava dentro de uma viatura da RP, juntamente com outros três colegas, quando seguia para um chamado no bairro de São Jorge, em Maceió, e foi surpreendida pelos disparos. não são descartadas.

Levada às pressas para o Hospital Geral do Estado (HGE), a militar deu entrada em estado grave e foi direto para o centro cirúrgico onde passou por um procedimento para retirada das balas e sutura dos ferimentos. Ainda na chegada ao hospital, a paciente sofreu duas paradas cardíacas.