Oito vereadores e o ex-secretário de saúde do município de Joaquim Gomes foram presos na tarde desta quarta-feira (8), enquanto participavam da sessão ordinária na Câmara Municipal do município, acusados de receber dinheiro para integrar a base aliada do prefeito afastado Antônio de Araújo Barros, o Toinho Batista (PSDB). Após a prisão, os parlamentares foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito.

A operação, denominada pelo promotor de Justiça de Joaquim Gomes, Carlos Davi, de “Mensalinho”, em referência ao Mensalão - maior escândalo de corrupção política mediante compra de votos de parlamentares no Congresso - investiga o pagamento de propina entre o Legislativo e o Executivo Municipal.

“Trata-se de um verdadeiro esquema criminoso montado para garantir a tranqüilidade do Prefeito em seus desmandos na gestão pública, uma vez que este não seria incomodado e não estaria sujeito à fiscalização do legislativo. Com o apoio, o executivo teria todas as aprovações de conta e apoio político. É uma verdadeira relação perniciosa, uma espúria entre o Legislativo e o Executivo Municipal”, destacou o promotor.

Ainda de acordo com o Lopes, a investigação teve início com base no vídeo, feito em outubro de 2013, em que aparecem quatro vereadores recebendo dinheiro da antiga gestão do executivo municipal. Outros quatros foram citados pelo secretário de saúde.

Questionado sobre quanto o crime pode ter lesado os cofres públicos, o promotor disse desconhecer. “Ainda não sabemos a soma dos prejuízos causados pelos vereadores e por quanto tempo o crime durou. Mas, não há dúvidas da existência do crime. O vídeo é muito claro”, disse.

Em relação à possível participação do prefeito da cidade no crime, o promotor informou que estão sendo colhidas informações sobre o caso. “Estamos investigando e colhendo elementos para embasar a situação. E se, porventura, for comprovada a participação do prefeito, serão tomadas as providências cabíveis”, finalizou.

O caso

Os oito vereadores foram presos enquanto participavam da sessão ordinária na Câmara Municipal nesta quarta-feira (8). Os parlamentares são acusados de receber dinheiro para integrar a base aliada do prefeito afastado Antônio de Araújo Barros, o Toinho Batista (PSDB).

Os mandados de prisão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital foram cumpridos em desfavor de Edivan Antônio da Silva, Antônio Gonzaga Filho, Edvaldo Alexandre da Silva Leite, Cícero Almeida Lira, Adriano Barros da Silva, Antônio Márcio Jerônimo da Silva, Antônio Emanuel de Albuquerque de Moraes Filho (Maninho) e Tereza Cristina Oliveira de Almeida. O ex-secretário de Saúde do município, Ledson da Silva, também foi preso acusado de intermediar o pagamento aos vereadores.

As prisões foram efetuadas em uma operação da Promotoria de Justiça de Joaquim Gomes e do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), em conjunto com as polícias Civil e Militar.

*Colaboradores