A delegada Fabiana Leão, titular da Delegacia da Mulher, ouve nesta terça-feira (07), Maria Celeste de Oliveira e mais duas testemunhas, sobre a agressão cometida pelo candidato ao Senado, Coronel Marcos Antônio Brito (PEN), no último domingo. Ela afirmou que Brito pode responder por crime eleitoral e agressão.
A vítima da agressão e as demais testemunhas do incidente são esperadas para prestar depoimento nesta manhã. Antes dos depoimentos, Fabiana Leão conversou com a imprensa onde falou sobre a investigação.
Após analisar as imagens, a delegada disse não ter dúvidas que o militar agrediu a eleitora com um tapa no rosto durante a discussão. “As pessoas questionam que a moça tenha provocado a reação do autor, mas você só pode reagir proporcionalmente à agressão. Se ela o agrediu verbalmente, ele teria que ter respondido da mesma forma, e não com um tapa no rosto. Ele pode responder por crime eleitoral, por provocar tumulto na seção e por agressão”, destacou.
O delegado-geral da Polícia Civil, Carlos Reis, enviou à Delegacia da Mulher um ofício onde solicita a instauração de um inquérito civil para apurar o caso. Marcos Antônio Brito será convocado a prestar esclarecimento após as oitivas com a vítima e as testemunhas.
Já sobre a conduta dos militares que presenciaram a agressão e não deram voz de prisão ao candidato, a delegada afirmou que já solicitou à Polícia Militar a identificação deles para que eles sejam convocados para prestar depoimento.
“De qualquer forma, mesmo eles alegando que não tinha condições de prende-lo, eles deveriam ter comunicado o fato ao Comando e conduzido ele a alguma autoridade policial. O coronel não pode mais ser preso em flagrante, mas que ele será intimado a prestar depoimento”, completou.
O CASO
O candidato ao Senado, Coronel Brito (PEN) se envolveu em uma discussão com a eleitora Maria Celeste Oliveira, na fila de votação na escola Padre Pinho, no bairro de Cruz das Almas. Em um vídeo gravado por um eleitor, durante o bate-boca, o militar deu um tapa no rosto de Maria Celeste e saiu tranquilamente na companhia de policiais da escola.
A presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL), Elisabeth Carvalho, determinou a prisão do acusado. O Ministério Público também investiga a agressão. Por meio de nota, o Comando da Polícia Militar disse que irá abrir procedimento administrativo para apurar a suposta transgressão cometida pelos PMs que faziam a segurança no local.