Na língua africana iorubá Ígbà quer dizer encontro e a partir dessa conceituação, o Instituto Raízes de Áfricas, uma das representações do movimento negro, no estado de Alagoas, ao longo destes sete anos, desde 2008, vem reunindo diferentes experiências nacionais e afro-internacionais , como uma política de ação continuada, através da realização dos Seminários Afros denominados Ígbàs.
Encontros como associação de ideias e ações pautadas numa perspectiva participativa, privilegiando espaços para conteúdo cientifico, prático, mas também reflexão sobre postura e comportamento, debates, trocas de experiências, com a cosmovisão africana nos espaços da terra de Zumbi, das Alagoas, além cana-de-açúcar e os tantos Marechais com seus bustos e ideologias mumificados nas muitas e tantas praças e avenidas.
Em sete anos já foram realizados 16 ( dezesseis) Ígbàs e mais outros 60 ( sessenta) encontros presenciais, como Rodas de Diálogo, Oficinas, mobilizações de rua , participação na Bienal Internacional do Livro de Alagoas.
O Ciclo Nacional de Conversas Negras que acontece anualmente, no mês de agosto e já percorreu os estados de Alagoas, Minas Gerais e Pará, em 2014 teve sua 5ª edição , em agosto de 2014, na cidade do Rio de Janeiro
Na concepção dos Seminários seguimos os princípios das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. 23001.000215/2002-96 CNE/CP 3/2004, aprovado em 10/3/2004 Diretrizes Curriculares e da Lei LEI nº 12.288, de 20 de julho de 2010.
Os diversos encontros afros , na verdade se constituem em ampliados fóruns de diálogos, que envolvem as diferentes gentes, (escolas da rede pública e privada ,como também das faculdades privadas, seja Faculdade Integrada Tiradentes, Raimundo Marinho, Centro Universitário CESMAC e Universidade Federal de Alagoas, estudantes e diversos outros segmentos), provocando a formação de plateias reflexivas e interventoras.
Sandra L, participante do Igbà- IV Seminário Afro Alagoano, em 2011 afirmou: “ Esses encontros viraram minhas convicções pelo avesso. Sempre faz com que eu reveja alguns conceitos”
A formulação de políticas públicas capazes de estimular a igualdade entre os desiguais possibilitará que o conhecimento e a reflexão conduzam a uma tomada de consciência coletiva que provoque as mudanças necessárias.
O Instituto Raízes de Áfricas desenvolve inúmeros projetos e conta com o apoio, através da prestação de serviços, das três esferas de governos das três esferas, empresas, notadamente a Federação da Indústria do Estado de Alagoas ( apoiadora a cerca de 7 anos) e lideranças locais.
As discussões são substanciadas pelo intercâmbio com as vivências e africanidades das embaixadas dos países africanos de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau.
O embaixador da República de Angola, Daniel Antonio se tornou o presidente de honra do Projeto Raízes de Áfricas e o grande multiplicador da sua vivência africana, como historiador.
Através do Instituto Raízes de Áfricas diversos obras literárias de autores/autoras nacionais e internacionais foram lançadas em Alagoas, dentre eles do diplomata de carreira embaixador da República de Cabo Verde, Daniel Antonio Pereira, intitulado “Das Relações Históricas Brasil/Cabo Verde” (2011), FUNAG (Fundação Alexandre Gusmão) e Memórias de Cabo Verde do Governador Joaquim Pereira Marinho. E "Mulheres Negras do Brasil", Schuma Schumaher (20100.
Em 13 de novembro de 2012 coube ao -então- Projeto Raízes de Áfricas, a coordenação nacional e local e do IPEAFRO, no Rio de Janeiro, da cerimônia de deposição das cinzas do ativista negro, e ex-senador Abdias Nascimento, na Serra da Barriga, município de União dos Palmares, AL, um local simbólico, que reflete a luta dos negros pela liberdade, por quase um século.
Um evento de caráter singular e impar mobilizou diversas autoridades, como também caravanas de 15 estados brasileiros, inúmeros religiosos de matriz africana e personalidades dos Estados Unidos e Nigéria. Como também autoridades estaduais, Elói Ferreira, presidente da Fundação Cultural Palmares, a ministra da Igualdade Racial, Luíza Bairros, a atriz da Rede Globo, Léa Garcia, além de outras autoridades.
Umas das mais recentes ações do Instituto Raízes de Áfricas foi a realização, em parceria com a Associação de Mulheres Negras Aqualtune, do V Ciclo Nacional de Conversas Negras: Agosto Negro Ou o Que a História Oficial Não Conta, cujo temário foi “Mulheres Negras na Diáspora- Revoluções, Protagonismo e Práxis”, acontece nos dias 29 e 30 de agosto, no Rio de Janeiro.
Os Encontros produzidos pelo Instituto ganharam destaque na grade d programação da Universidade Federal de Alagoas e foi incluído no calendário oficial da Bienal Internacional do Livro, pela Editora da Universidade Federal de Alagoas.
Foi do Instituto o pioneirismo de realizar o 1º Baile de Debutantes Negras que realizou o sonho de 15 meninas dos bairros pobres de Maceió. (2012).
O Blog Raízes D’Áfricas do site CadaMinuto é uma das ferramentas de comunicação utilizada pelo Instituto. Atualmente o Blog tem um acesso de cerca de 60 mil pessoas, mês.
Realização do Ato-manifesto: ‘Somos Tod@s Cláudia!, em 13 de abril de 2014, como uma forma de conscientizar a sociedade alagoana sobre os efeitos de práticas racistas contra a população negra/ juventude negra, como também da Marcha Internacional Contra o Genocídio do Povo Preto, a Marcha que reuniu 50 mil brasileir@s em diversos estados da federação, ocorrida em 22 de agosto deste ano.
E assim com um passo adiante do outro, o Instituto Raízes de Áfricas continua em permanente marcha acreditando que na igualdade entre os diferentes.