A quinta edição do Ciclo Nacional de Conversas Negras: Agosto Negro Ou o que a história Oficial Ainda Não Conta ocorrido dias 29 e 30 de agosto, na OAB, do Rio de Janeiro , realizado pelo Instituto Raízes de Áfricas, em parceria fraterna com a Associação de Mulheres Negras- Aqualtune, no Rio de Janeiro foi um espaço para encontros, reconhecimento de gentes e luta.
Segundo Bia Onça do Aqualtune, a quinta edição do Ciclo foi recheada de : “Cumplicidade, parceria, ensinamento, sossego e calmaria nas horas mais difíceis e força na hora de mostrar nossa cara preta.”
O ciclo é um projeto itinerante, independente de financiamento ou mesmo assinaturas de convênio , e as parcerias acontecem através da prestação do serviço. É escrito, produzido, protagonizado, realizado por mulheres negras.
O abraço energético marcou a abertura, na sexta-feira, 29 de agosto das Conversas Negras, e foi só o começo de uma experiência única, no Plenário Evandro Lins e Silva, 4º andar- OAB/RJ Av. Marechal Câmara, 150 - Rio de Janeiro.
A mesa de abertura foi composta por mulheres negra e Marcos Romão, um histórico representante do movimento negro do Rio de Janeiro
Foi um encontro visceral com o protagonismo de mulheres negras dos cantos e recantos do Rio negro , passando pelo Espírito Santo, diversos municípios do Rio e chegando até a Alemanha.
Mulheres ressinificando o significado da luta parida a partir de histórias, braços abraçados.
O V Ciclo foi espaço de ousadia, sem tapetes vermelhos ou celebridades midiáticas. Teve o Bruno Cordeiro, o professor de filosofia, estudioso e conterrâneo de Carolina Maria de Jesus, a escritora negra. O Bruno é prefeito de Sacramento, Minas Gerais e nos embriagou com o protagonismo institucional de divulgar a literatura negra em todas as escolas de Sacramento e , para nosso deleite, ainda distribuiu o “Diário de Bibita” para o público presente.
E ainda teve o Benedito Sérgio, o preto de fé que busca reconduzir o IPCN para as mãos da pretada. Benedito gentilmente nos cedeu o espaço para a realização do segundo dia com direito a lanchinhos, carinhos e aconchegos.
A realização da quinta Conversas Nacionais Negras foi o que devemos ser: Ubuntu: Eu sou porque você é!
Mulheres pretas escrevinhando histórias de superação e de sonhos.
O Ciclo do Rio debutou gente- ainda menina, aos 19 anos, potencial talento se vestindo de pretitude.
Vozes ancestrais ecoaram para além das montanhas sociais subterrâneas e silenciosas. Mulheres pretas costurando elos.
Vozes registradas pelo George que voluntariamente e convidado pela professora Carla Lopes, da SEEDUC, foi lá e gravou nossa ação coletiva. Logo, logo vocês verão na internet, viu?
Foi um ciclo inspirado no território fértil da ação mobilizadora de professoras negras que no universo das agruras e da coragem reinventam pontos de encontros ancestrais em salas de aulas. Uma mostra diversificada de muitos Brasis.
Salve a Lei nº 10.639/03!
As conversas das gentes no V Ciclo duraram horas mágicas, em sincronia com a profusão de vozes, sabores formas e saberes. Foi assim no dia seguinte. Resgatamos sons, tons e detalhes.
Flashback.
Esse quinto Ciclo expôs como nenhum outro o peso da unidade entre pretas.
Profundo!
Fraterno!
Superlativo!
Um sonoro Ípatewò pra esse povo preto do V Ciclo Nacional de Conversas Negras, no Rio!
Ípatewò, em ioruba quer dizer aplauso.