O Mercado da Produção fica localizado na região central de Maceió, AL, no bairro da Levada.

Antigo ponto turístico de Maceió, por onde chegavam visitantes de todo o País, por via aérea, o  bairro da Levada remota dos tempos do Império, e por ser vizinho ao centro da Capital, era habitado pela classe média da época que ali ergueu inúmeros casarões.

Atualmente os casarões, descaracterizados, foram transformados em estabelecimentos comerciais.

No Mercado da Produção temos uma grande feira livre com um largo  comércio/consumo de cereais hortifrutigranjeiros, a preços bem acessíveis.  

O Mercado da Produção  é lugar onde a  água suja  de esgoto escorre – livremente- por entre as barracas de frutas e verduras. Quando chove, então, é um Deus-nos-acuda. Saneamento básico, nem pensar.  A falta de higiene é flagrante.

É um espaço  cortado  pelo  barulho do  trem (piuí-piuí) e agora também  o moderno VLT, o tal Veículo Sobre os Trilhos. Apesar da modernidade, os trilhos da linha férrea estão coalhados de lixo, em dias alguns nos deparamos com  restos  mortais de animais e de  gente. É um verdadeiro lixão a céu aberto e um palco propício para a criminalidade.

É desta feira-livre que muitas pessoas tiram seu sustento. Comercializando em barracas mal ajambradas, os produtos comestíveis ficam expostos à sujeira do meio-ambiente.

Alimento não combina com sujeira, prefeito.

E ainda vale falar sobre os engarrafamentos homéricos,  imprensando consumidores nas ruas já estreitas e sem nenhum guarda a vista.

Urge pensar e pôr em prática um plano de ação  que revitalize e  dê mobilidade ao Mercado da Produção.

E não dá pra fazer a transferência da feira para bairros distantes, assim como foi feito com a Ceasa. O Mercado da Produção é lugar de tombamento, traduz histórias e memórias na vida das muitas gentes, inclusive na minha.

Todos as vezes que vou à feira livre, que acontece lá no bairro da Levada, entre  dúzias de bananas, laranjas, batata doce  vem as lembranças de minha infância trazidas pelas mãos do Seo Antonio, meu falecido pai.

Meu pai nascido em Matriz de Camaragibe  fazia feira aos domingos, lá no Mercado, e eu ia com ele. São cheiros e sabores que nos remetem rapidamente a uma viagem ao passado. Eu amava os domingos de feira.

Do relógio aos aromas e sabores, o velho mercado é um  legado de recordações das muitas gerações que por lá passaram.

E ele está abandonado. Cuida dele, prefeito, Rui Palmeira. Cuida! 

PS: Com informações da Pesquisa de  Texto do  Jornalista Jair Barbosa Pimentel