Algumas perguntas que não querem calar. Vai lendo...
Nós que passamos todo dia ao lado das obras do estádio Itaquerão, indo pro trabalho, pra escola, procurar emprego, pra cidade, seja de metrô, trem, buzão, não tem como ficarmos calados.
A tragédia ocorrida dia 27/11 que resultou em mortos e feridos nos provoca a questionar muitas coisas. Outros trabalhadores já morreram em obras da Copa do Mundo em Brasília e Manaus.
Indignação! Nós não podemos olhar pra tudo isso e pensar que está tudo bem. Por isso, deixamos umas perguntas breves que FIFA, CBF, Comitê organizador, Odebrecht, Corinthians, toda essa máfia e seus patrocinadores NÃO querem responder:
1 – E se as mortes fossem de um engenheiro-chefe, representante da FIFA ou um turista?
2 – Qual indenização será paga para as famílias desses trabalhadores? Deveria ser no patamar do salário do engenheiro-chefe? Do Arquiteto? Diretores disso e daquilo? Já estão providenciando a pensão vitalícia ou vão ignorar?
3 – O mínimo que se exige é que as mortes nos estádios Mané Garrincha, Amazonas e Itaquerão não sejam esquecidas: Esse é o preço da Copa? Deus lhe pague.
4 – Os nomes, sobrenomes, fotos, história dos trabalhadores mortos constarão nas placas de inauguração do estádio?
5 - Faz sentido continuar a obra Sem sequer apurar a responsabilidade criminal pelas mortes?
6 – Faz sentido dizer que “poderia ter sido pior”? O que seria pior do que as mortes dos operários? Cair a arquibancada e São Paulo não ter jogo da Copa?
7 – Onde estão as respostas às reivindicações dos movimentos sociais organizados que vêm denunciando inúmeras violações, remoções e crimes cometidos em nome da Copa do Mundo?
8 – As mulheres, os negros, os moradores das periferias e a juventude são os mais agredidos pela truculência dos governos, da FIFA e aliados. O descaso com estas mortes será o mesmo descaso que vemos na violência institucional contra esses grupos?
9 – E as famílias das diversas comunidades ameaçadas de remoção? Onde está o direito à moradia?
10 – Depois da Copa, como fica? Não é de hoje que a gente pergunta! Não é de hoje que a gente pergunta!
Fonte: Por Uneafro-Brasil – Núcleo de José Bonifácio – Itaquera