Depois de longos anos vivendo entre a burocracia da repartição pública enquanto fui funcionário da Secretaria da Fazenda, em Alagoas, minha terra amada, e os slides de minhas palestras em Maceió e em vários municípios alagoanos, falando para grandes, pequenas, mas sempre excelentes platéias palestrando sobre gestão pública, licitações e contratos administrativos, cidadania, ou ainda de empreendedorismo, como consultor credenciado do SEBRAE, sem esquecer ainda de minha passagem pelo rádio como apresentador nas rádios CBN FM Maceió e Correio, e também pela TV (por assinatura), apresentando o programa "Conversa Afiada, com Paulo Chancey", as forças do destino trataram de mudar o curso dos ventos que sopravam as velas dos barcos que carregam a minha vida, e, como num passe de mágica, me vi completamente desviado de todas essas atividades.
É... o destino é algo que, apesar de eu não saber definir, nem mesmo compreender, acaba sendo o grande vilão de todas as mudanças e transformações, sucessos, fracassos, vitórias, derrotas, alegrias e tragédias que na verdade são fruto ou conseqüência de nossas ações ou omissões. Dizem que nossa vida é planejada pelo destino, mas, o que é ou quem é o destino? Seria um pseudônimo que cientistas ou teólogos arranjaram para não apontar diretamente Deus como o grande arquiteto do planejamento e os resultados das nossas vidas? Ou seria ele o grande “bode expiatório”, sujeito indefinido, insubordinado, invisível, inconseqüente, inimputável, cujo papel principal é o de mascarar, esconder a nossa face e nossa própria culpa e responsabilidade pelos sucessos ou fracasso?
Bem, questionamentos à parte, o fato é que, depois de tantos anos vivendo essa realidade, icei a âncora do meu barco, e seguindo os ventos modificados pelo destino aportei em Juazeiro da Bahia, terra de uma mulher muito famosa, a musa do axé, Ivete Sangalo, mas que também é a terra de outra mulher que pra mim é muito especial, a minha esposa Juliana Torres, e aqui me encontro vivendo novas experiências me reinventando, fazendo coisas completamente diferentes do que fiz antes, mas tudo voltado para a Educação. Participei de um processo seletivo e hoje coordeno uma equipe de professores-monitores do programa federal Mais Educação, que é o programa da escola em tempo integral, além disso, junto com minha esposa, dirijo uma escola particular de ensino infantil e fundamental, e, confesso que nunca vivenciei nada tão desafiador, assustador no início, mas que agora é algo com o que me encontro extremamente identificado. Tenho dedicado todo o tempo possível para isso, mas confesso que hoje me sinto prazerosamente invadido por uma sensação muito maior de cidadania, porque sempre ouvi falar da educação como a base de tudo, mas nunca tinha tido a consciência de como contribuir com isso. Na área pública atuo numa escola com cerca de 1.500 alunos, onde, pelo menos a metade participa do programa nos dois turnos. Respirar essa atmosfera está me fazendo muito bem.
Agora eu tenho Mais Educação.
Até outra.