Após uma longa assembleia que começou pela manhã e terminou pouco mais das 14h desta sexta-feira (27), os militares decidiram aceitar a contraproposta apresentada pelo governo do Estado e encerraram a Operação Padrão. “As tropas foram orientadas a voltarem aos quartéis e retomarem os trabalhos de proteção à sociedade”, destacou o major Wellington Fragoso, presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal).

O fim da assembleia foi comemorado com festa pelos militares, que enfrentaram dificuldades para chegarem a um consenso acerca do valor final proposto pelo Poder Executivo na nova tabela de realinhamento salarial.

O coronel Luiz Carlos, do Comando de Policiamento do Interior, classificou a proposta de “vitória”. “O governo atendeu 80% do pleito. É a melhor proposta que podemos conseguir neste momento”, afirmou, explicando que um dos principais pontos de discordância dos militares foi o parcelamento dos 22% de reajuste no prazo de um ano (de março de 2014 a março de 2015).

O coronel Ivon Berto reforçou o entendimento do colega: “A tropa entendeu que a proposta é boa”, afirmou.

Durante a assembleia, vários grupos se dividiram em reuniões isoladas, a exemplo dos bombeiros, cabos e soldados, deixando as divergências mais visíveis. Uma primeira tabela chegou a ser levada para a apreciação dos militares pelo sindicalista Izaac Jackson, dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), mas voltou para ser corrigida pela Segesp e novamente apresentada à categoria.

 “Pela proposta do governador, o IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo] teria o investimento de 3,8 milhões de reais,  e o realinhamento salarial 2,8 milhões com o percentual de aumento de 13 a 16%, dependendo da categoria, e podendo chegar a mais que isso”, explicou Fragoso no início da assembleia.

Ainda segundo Fragoso, o Governo do Estado propôs que de abril de 2014 a março de 2015 serão investidos 14 milhões, diluídos mensalmente nos salários dos militares. “O governador também apresentou propostas de investimentos na estrutura da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, o que para a gente é fundamental. Nos preocupamos sim com melhores salários e condições de trabalho dignas para os nossos homens, mas também estamos pensando nos 3 milhões de alagoanos que precisam de mais segurança”, afirma o major.

Vilela teria assegurado, ainda, um antigo pleito dos militares: o realinhamento de todas as faixas salariais em apenas duas, excetuando-se os soldados, que terão apenas uma faixa, com a garantia do repasse para os salários de R$ 2,8 milhões. Inicialmente, a proposta era de R$ 1,9 milhão.