Nos últimos dois anos, o número apreensão de cocaína aumentou 800% em Alagoas, conforme dados da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DRN). Entre os anos de 2008 a 2011 foram apreendidos um quilo ao ano. Já em 2012 esse número passou para três quilos e antes mesmo de encerrar o ano, em 2013 a apreensão contabiliza cerca de oito quilos.
De acordo com o delegado da especializada, Ronilson Medeiros, mesmo com os dados elevados em relação a cocaína, os entorpecentes que mais entram no Estado é o crack, e em segundo lugar a maconha. Medeiros explica que, mesmo existindo produção de maconha em algumas cidades do estado, o consumo maior continua sendo da droga vinda de outros locais. Segundo ele, a erva chega a Alagoas pelas rodovias e por embarcações.
Já o crack, com toda sua produção feita em países vizinhos, chega ao Estado por rotas das fronteiras. Este ano, a Polícia Civil apreendeu 56 quilos de crack. “Infelizmente a droga está como pano de fundo dos demais crimes”, disse Medeiros.
O combate
Na linha de frente no combate ao tráfico de drogas, Ronilson Medeiros afirma que o esquema atualmente montado pelos criminosos para comercialização é muito estruturado e organizado, onde nem sempre o chefe do ponto se envolve diretamente com a distribuição.
O delegado classificou as pessoas envolvidas na comercialização como “pseudo-traficante’, já que são utilizados como aviões e intermediadores pelos verdadeiros traficantes, que não ficam dentro das favelas. Na tentativa de passarem despercebidos pelos olhos da polícia, esses criminosos estão cada vez mais utilizando crianças e idosos para transportar drogas.
De acordo com Medeiros, tem sido comum menores e deficientes físicos fazerem esse tipo de transporte. Além disso, a disseminação do entorpecente é grande no Estado. “Ninguém vai imaginar que uma criança pode estar com drogas dentro da mochila, por isso a necessidade da abordagem para verificar a situação”, salientou.
Segundo ele, os locais com mais incidência de venda de drogas são nos bairros do Bom Parto, algumas grotas do Jacintinho e conjuntos residenciais no Benedito Bentes. Sobre o trabalho executado no combate ao tráfico, Medeiros explicou que as áreas são mapeadas constantemente e que operações são realizadas com o intuito de tirar os entorpecentes de circulação.
“Os grandes traficantes do Bom Parto se encontram presos em operações feitas tanto pela Polícia Civil como pela Polícia Militar. Mas o que conseguimos perceber é que o tráfico não se restringe apenas àquela área, mas está difundido por toda Maceió”, concluiu o delegado.