(Atualizada as 18h20)

Em mais um dia de protesto, centenas de policiais, bombeiros militares e integrantes da reserva técnica bloquearam o trecho da Rua Cincinato Pinto, no Centro, em frente ao Palácio República dos Palmares, durante toda a tarde desta quinta-feira (19). Usando “nariz de palhaço” e soltando bombas, eles aguardaram a reunião, marcada para as 18h, entre o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e representantes da categoria.

Antes de receber os militares, o governador concedeu uma rápida coletiva à imprensa, mas não apresentou novidades. Vilela repetiu que o realinhamento salarial da PM e do CBMAL é um compromisso assumido por ele, mas para isso precisa de espaço na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O governador disse que irá ouvir a proposta dos militares, mas apelou para que a Polícia Militar volte à normalidade e deixou claro que não negocia a saída do  secretário de Defesa Social, coronel Dário César, do cargo. A exoneração de Dário é uma das reivindicações dos manifestantes.

Ao saber da fala de Vilela, o coronel Luis Carlos disse que a categoria não quer somente o realinhamento, mas a reestruturação da PM e do CBMAL. Já o sargento Teobaldo disse que a paralisação dos militares é legal e que o governador está se esquivando de tomar uma decisão.

O coronel Ivon Berto – que chegou a ser preso por indisciplina militar no mês passado, após ter denunciado ingerência política no comando da PM - pediu aos colegas de farda que não fizessem baderna durante o encontro e denunciou a entrega de panetones pelo secretário de Defesa Social, coronel Dário César, durante uma confraternização ocorrida na base comunitária do Vergel do Lago.

“Ao invés de estar preocupado com as vidas ceifadas, ele (Dário César) só pensa nos interesses próprios, em usar a máquina para se eleger. O secretário vai ter que responder onde foram investidos os R$ 200 milhões destinados ao Plano Brasil Mais Seguro”, frisou.

Sobre a expectativa para a reunião com o chefe do Executivo, Ivon Berto afirmou que a categoria não aceitará promessas, apenas “prazos e propostas concretas”.

Sucateada

Presente à manifestação, o deputado Judson Cabral (PT) disse que a Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) não pode ficar ausente neste momento. “O governo não tem desrespeitado só a Polícia Militar, que está sucateada há muito tempo, mas todas as instituições do Estado”.

Em relação à nova Ação Civil Pública movida hoje pelos Ministérios Públicos Estadual e de Contas contra a Mesa Diretora afastada da ALE - que é acusada de infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ao efetuar despesas relativas à folha de pessoal acima do limite legal permitido (até 3%) -, ele disse apoiar o pedido de suspensão das gratificações, mas discorda da recomendação feita ao Poder Executivo para que não envie a suplementação financeira para a Casa de Tavares Bastos.

“Os servidores não podem pagar por algo que foi praticado irresponsavelmente por outras pessoas, mas acredito que esse assunto está bem encaminhado”, destacou, se referindo as conversas envolvendo a Mesa Diretora interina e o governador acerca do repasse necessário para o pagamento dos salários de dezembro e 13º dos funcionários do legislativo.