Um monólogo. Assim foi resumida a reunião entre o governador do Estado, Teotonio Vilela Filho (PSDB), e os comandantes dos Batalhões da Polícia Militar de Alagoas, ocorrida a portas fechadas na manhã desta quarta-feira (18), no Palácio República dos Palmares.
Segundo coronel Ivon Berto, durante o encontro Vilela disse aos comandantes que o movimento dos militares é político e que apenas nesta quinta-feira (19) irá apresentar uma proposta à categoria. “O governador não argumentou sobre o que justifique o caos em Alagoas. É lamentável ver essa posição do governador do estado diante de uma categoria que luta pela valorização e apenas quer negociar melhorias para ela e para a sociedade”, contou.
Como as negociações com o governo não avançaram, o que já era esperado pela categoria, os militares da Polícia e Corpo de Bombeiros prometem se reunir na tarde de hoje na Praça Montepio e seguir para a Assembleia Legislativa de Alagoas. A categoria promete impedir que os deputados votem o orçamento do Estado e querem um orçamento específico para a segurança pública.
“Vamos em busca de uma reunião com os deputados porque a sociedade não merece esse caos que há anos é vivenciado em Alagoas. O governo recebeu mais de R$ 200 milhões em recursos do Plano Brasil Mais Seguro e até hoje não sabemos onde esse dinheiro foi investido. Queremos que a Assembleia abra a CPI da Segurança”, declarou o coronel Ivon Berto.
E enquanto o acordo não chega, a população segue a mercê da ação de bandidos. Na manhã de hoje, tiroteios foram ouvidos no Vergel do Lago, numa disputa entre ponto de tráfico de drogas. Comerciantes da região tiveram que fechar as portas e poucos são os moradores que se arriscam em deixar suas residências.
Ontem, durante assembleia na sede da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), Polícia Militar e Corpo de Bombeiros decidiram deflagrar a Operação Padrão – Um Por Todos e Todos Por Um, que será dividida em três etapas.