Apesar de uma pequena redução, o número de homicídios praticados em Alagoas contra homens e jovens ainda é alto. Essa é a conclusão da comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL). Eles apresentaram nesta terça-feira (10) um relatório com os números de mortes cometidas em Alagoas no ano de 2012 e em 2013 até o mês de outubro.

O relatório foi confeccionado com base em dados divulgados pela Polícia Militar, Secretaria de Defesa Social e notícias veiculadas na imprensa. Os números apontam que em 2012 foram cometidos 2.277 homicídios em Alagoas. Destes, a maioria, 904, foram praticados contra homens e jovens entre 15 e 25 anos, um aumento de 3,78% em relação ao ano anterior.

O somatório de crimes de janeiro de 2012 a outubro de 2013 chega a 4.150 pessoas assassinadas no Estado. Este ano até o mês de outubro, a comissão contabilizou 1.874 homicídios. A taxa segue a linha do ano anterior, tendo a maioria das vítimas entre 15 e 25 anos e homens.

O presidente da comissão, Daniel Nunes, destacou que apesar de os dados apontarem uma redução de 2.44% no número de mortes comparando os anos, Alagoas se mantém “em alta estável”. Outro ponto discutido foi a diferença entre os relatórios. Segundo a comissão, 167 homicídios foram registrados a mais que os dados oficiais.

“Nossos dados e os do governo caminham na mesma linha. Os números oficiais continuam apresentando uma ligeira diferença, mas no fim das contas ambos mostram que os números de mortes ainda são altos”, disse.

Maceió na liderança

Os dados coletados este ano colocam Maceió como o município mais violento de Alagoas. Até outubro, foram registrados pela OAB 663 homicídios na capital. Em segundo lugar ficou Arapiraca, com 122, seguido de Marechal Deodoro, 71, Rio Largo, 61, Pilar, 47 e Palmeira dos Índios, que registrou 33 homicídios.

O bairro do Tabuleiro do Martins concentrou a maioria dos crimes na cidade: 138. Em segundo lugar está o bairro do Jacintinho, 47, seguido pela Cidade Universitária, 68, Benedito Bentes, 63, Vergel, 50 e Chã da Jaqueira, 27.

Nunes aponta que a maior parte dos crimes evidencia uma forma de racismo contra negros e pessoas de baixo poder aquisitivo. Segundo o presidente da Comissão, falta estrutura na segurança pública para tentar reduzir as taxas.

“Nosso levantamento mostra que a cor e a classe social ainda é fator predominante dentro das estatísticas. Vemos que o número de jovens que morrem cresce a cada dia, influenciado por diversos fatores. O governo e a sociedade de uma forma em geral deve refletir sobre esses dados e buscar alternativas para frear a violência em Alagoas. Somos um estado tão pequeno e poderíamos controlar isso de forma eficaz”, completou.