Após ter identificado o suspeito de participar do assassinato de José Petrúcio dos Anjos, o Liguinha, o delegado Sandro Marcelo disse ao CadaMinuto nesta quinta-feira (5) que as investigações apontam que esta não é a primeira vez que Sóstenes Alves dos Mártires tentou matar o motorista. Liguinha foi morto a tiros no Centro de Pão de Açúcar no dia 16 de novembro.
Segundo o delegado distrital, Sóstentes e José Petrúcio tinham se desentendido anteriormente por conta de uma briga de família. Na ocasião, Petrúcio bateu no irmão de Sóstenes. A polícia começa a investigar se o crime foi motivado pela briga.
“Em setembro do ano passado o Sóstentes tentou matar o Liguinha. Ele atirou várias vezes contra ele, mas não conseguiu atingi-lo. Estamos cruzando as informações do atentado e o homicídio e há muitas coisas em comum. Nas duas, o homem que atira está de capacete e possui um pequeno defeito em uma das pernas. O Sóstenes também possui essa deficiência”, explicou o delegado.
A polícia não descarta ir até Sergipe para tentar prender o acusado depois de receber informações de que ele estaria foragido no interior do estado. A polícia também procura por Stênio Lisboa da Silva, que também se encontra foragido. Ambos tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.
“Estamos ouvindo várias pessoas e estamos com o apoio da promotora Marta Bueno, designada pelo Ministério Público para acompanhar as investigações. Até o dia 16, que é o prazo para a conclusão do inquérito, acreditamos estar com o caso elucidado e os acusados de cometer o crime presos”, disse.
Suposto envolvimento de prefeito no crime é analisado
Durante a condução das investigações, cogitou-se que o prefeito de Marechal Deodoro, Cristiano Matheus, tivesse envolvimento no crime. Durante seu depoimento, ele negou e chegou a afirmar que gostava muito de Liguinha, que foi seu motorista durante algum tempo.
“Ele foi ouvido e disse não ter envolvimento nenhum com o crime. O Cristiano disse gostar muito do Liguinha, mas nenhuma linha de investigação está descartada. Algumas testemunhas disseram aqui que ouviram José Petrúcio afirmar que se alguma coisa acontecesse, o prefeito de Marechal seria o responsável. Por enquanto ainda não conseguimos fazer nenhuma ligação entre o Sóstenes e o Cristiano, mas estamos apurando o caso”, contou.
O crime
José Petrúcio foi morto no Centro da cidade de Pão de Açúcar com seis tiros de pistola deflagrados por um homem que estava em uma moto. Testemunhas informaram à polícia que o atirador estava de capacete no momento do crime e fugiu logo em seguida com outro homem.
Após analisar imagens do circuito de segurança de alguns estabelecimentos próximos à cena do crime, a polícia identificou o atirador como Sóstenes e o carona Stênio. Familiares da vítima viram as imagens e reconheceram Sóstenes, segundo o delegado.
Sóstentes já foi preso por ter assassinado um homem a golpes de facão. Ele também é investigado por envolvimento com o tráfico de drogas na região.