Ataulizada às 15h50

O réu José Ricardo da Silva foi condenado a 24 anos  e oito meses pelo assassinato do professor universitário José da Luz Neiva, ocorrido no dia 10 de março de 2012, dentro de um motel no bairro Tabuleiro do Martins. A sentença foi lida no início da tarde desta terça-feira (12) pelo o juiz Mauricío Breda, que presidiu o júri.

Nesta manhã, em depoimento no Fórum do Barro Duro, José Ricardo mostrou ter arrependimento e afirmou que não havia intenção de matar a vítima.  O réu contou detalhes no a noite do crime. Ele contou que adentrou no motel por volta das 19hs e que a vítima havia pedido a ele que o amarrasse e espancasse. E atendendo ao pedido, ele amarrou as pernas e braços do professor com lençóis e usou o cinto no pescoço da vítima. “Ele ficou em várias posições, eu batia com a toalha molhada nas costas, pernas, quadris. Foi quando ele tombou e eu tentei reanimá-lo”.

Segundo o acusado, ele achou que o professor havia desmaiado como ocorreu outras vezes. “Em outras vezes ele já havia desmaiado e quando acordava me chamava de louco e dizia que eu havia passado dos limites. Eu fiz massagem e respiração, mas ele não acordou então sai do motel e achei que ele estava dormindo”. O crime teria ocorrido por volta das 22h30.

A motivação do crime, apontada pela promotoria seria a promessa de R$ 5 mil feita pelo professor ao acusado para abrir um barzinho, que segundo Ricardo, seria o lugar de encontro dos dois, que mantinham um relacionamento de 11 anos. “Esse era o desejo dele.O barzinho seria o lugar dos nossos encontros. Não recebia dinheiro para sair com ele. O dinheiro que me dava era para comprar lanches e bebidas para a amante dele”.

Questionado pelo advogado de defesa se essa seria a motivação do crime, o acusado negou. “Ele me falou que me daria o dinheiro quando vendesse a casa na Mangabeiras, e quando fui me encontrar com ele, a casa ainda não havia sido vendida”.

No que diz respeito a estar de posse dos objetos da vítima, Ricardo garantiu que não levou nenhum deles. ‘Eu não roubei nada. Os objetos ficaram no motel”.

Crime Culposo

O advogado de defesa, José Carlos Oliveira Angelo, aponta que recebeu os autos na sexta-feira (08) já que foi convocado pelo juiz porque não havia defensor público. José Carlos aponta que as qualificadoras apontadas pelo Ministério Público não existem porque o acusado foi forçado a ter este tipo de conduta. “Existe no direito a coação moral irresistível e foi isto que aconteceu. O crime foi culposo, quando não há intenção de matar”.

José Carlos revela ainda que o acusado não tem passagem pela polícia e é réu primário. “Ora se o crime fosse premeditado porque só depois de 11 anos de relacionamento ele o mataria?”   

O caso

O professor José da Luz Neiva, 52, foi encontrado morto em um quarto do motel Oásis, no bairro da Santa Lúcia, na manhã no dia 10 de março de 2012. O corpo foi descoberto por funcionários durante a troca de turno no estabelecimento. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) revelou que Neiva morreu vítima de estrangulamento.

Durante a apresentação de José Ricardo à imprensa, a Polícia afirmou que, em depoimento, o preso confessou o crime e disse que conhecia a vítima há 11anos, com quem se encontrava regularmente. Ele relatou que matou Neiva o enforcando com um cinto.  

José Ricardo foi reconhecido por funcionários do motel Oásis como a pessoa que estava com o professor no quarto.