A Praça Marques da Silva, principal e mais tradicional espaço público de Arapiraca tem muitas histórias ao longo dos últimos 60 anos. De espaço para artistas de rua, repentistas e emboladores de coco a cena de dois crimes nas décadas de 50 e 60 que abalaram Alagoas e o Brasil.
A primeira vítima foi o deputado estadual e médico José Marques da Silva, fato registrado no dia 07 de fevereiro de 1957, em sua homenagem a Praça foi revitalizada na administração do então prefeito Severino e passou por reforma básica recentemente na administração da prefeita Célia Rocha (PTB).
Na revitalização mais recente, o espaço ganhou mais modernidade e prestou uma homenagem ao deputado Marques da Silva com a colocação da sua estátua em tamanho natural sentado na Praça bem em frente à residência onde morou cujo prédio foi destruído, e no mesmo local onde foi tocaiado pelos pistoleiros e covardemente assassinado.
Marques da Silva foi assassinado por inveja, pela sede de poder e pelo domínio político que era contagiante e não tinha preço nem limites. O parlamentar sabia da trama ardilosa para a sua eliminação e em uma carta ao presidente do seu partido em nível nacional previu
“Se o ponto final dessa verdadeira tragédia for, como tudo indica minha eliminação pessoal, desejo, apenas, que minha família sofra com resignação e cuide dos meus três filhinhos, afim de que, mais tarde, eles possam fazer por Alagoas e pelo Brasil, o que não me foi possível realizar”. Uma morte previamente anunciada e foi título do meu livro reportagem – Marques da Silva – a morte anunciada.
Segundo derramamento de sangue
O segundo derramamento de sangue na Praça Marques da Silva ocorreu na noite do dia 08 de abril de 1978 quando o ex-prefeito de Campo Grande, José Paulo de Moura foi assassinado com vários tiros pelo sargento da Polícia Militar de Alagoas, Pedro Moreira da Silva.
No momento do crime, o político prestava socorro a uma vítima de uma colisão entre dois veículos registrada no local. O crime obteve grande repercussão em todo o Estado. José Paulo de Moura agonizou seus últimos momentos de vida nas águas da chamada fonte luminosa que existia no centro da praça e que foi destruída.
O crime obteve ampla repercussão e com as mais desencontradas motivações e uma forte conotação de crime político. O militar sustentou a tese de vingança em razão, segundo ele de vir sofrendo perseguição pela vítima. Preso indiciado, Sargento Moreira foi levado a julgamento pelo Tribunal do Júri e foi absolvido.
Paulo Moura era muito polêmico detestava cabeludo muito comum na década de 70, e não permitia nenhum cabeludo na cidade em que governava. Antes dois anos do assassinato foi vítima de um atentado a faca no momento em que desembarcava do trem na estação ferroviária de Campo Grande procedente de Maceió. O atentado teria sido atribuído a caso passional com conotação política.