Pelo menos três estados nordestinos – Alagoas, Bahia e Sergipe – foram alvos da quadrilha de assaltantes responsável por explosões em bancos e que foi presa, na última sexta-feira (11), durante uma operação realizada pela Polícia Civil de Alagoas em conjunto com o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc).

O balanço final da ação policial foi apresentado durante coletiva na sede da PC, nesta segunda-feira (14), assim como os cinco criminosos detidos suspeitos de integrarem a organização criminosa. Além das equipes de Alagoas, a operação contou com o apoio de militares de Paulo Afonso, na Bahia.

A ação foi comandada pela delegada Ana Luíza Nogueira, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), e contou com a participação de Maria Angelita, da Seção de Combate a Roubos a Banco (Serb), do promotor Luiz Tenório, do Gecoc, e do delegado Robervaldo Davino, diretor de Polícia Judiciária da Área 1.

Segundo Ana Luíza Nogueira, o suspeito Jean Lopes, apontado como líder do bando, reagiu e morreu após troca de tiros com a Deic. A esposa dele, Ângela Maria Estevão Bezerra, 25 anos, foi detida e segundo a polícia, é acusada de conseguir os imóveis para que os criminosos pudessem se esconder após o cometimento dos ilícitos, além disso, seria a responsável pela troca de chips da quadrilha para dificultar o rastreamento.

Também foram efetuadas as prisões de Everaldo João de Sá, 32 anos – ocorrida em Paulo Afonso – e do irmão dele. José Nilton de Sá, 37 anos. Em Sergipe, a polícia prendeu Josenildo de Lima, e em Piranhas, Jair Sandro dos Santos, 27 anos. A prisão deles aconteceu graças um monitoramento feito pela Deic e Gecoc, segundo informou Ana Luiza Nogueira.

Durante a coletiva de imprensa, a delegada Maria Angelita, da Serb, confirmou que as investigações seguem já que outros grupos estão sendo caçados pela polícia. Ela afirmou ainda que existem as ramificações e que a polícia estará trabalhando para prendê-las. “Essas quadrilhas são como afluentes de um rio, sempre existem outros grupos e esse é apenas um dos capturados. Seguimos as pistas de novos integrantes e as operações policiais não param por aqui por ser um trabalho permanente”.

De acordo com a delegada, o grupo é acusado de pelo menos 10 roubos a bancos nos três estados, sendo os mais recentes às agências do Banco do Brasil de Piranhas e do Bradesco, em São José da Tapera (AL). Anteriormente, já teriam atacado uma agência bancária em Maravalha (AL).

A delegada Maria Angelita disse que uma jovem, que teve sua caminhonete roubada no dia do assalto em Tapera, identificou o veículo e os assaltantes, após prestar queixa à polícia. O promotor Luiz Tenório afirmou que somente com a união das polícias e do Ministério Público será possível combater as organizações criminosas, inclusive aquelas que atuam no roubo a bancos.

Já o delegado Robervaldo Davino direcionou as críticas aos horários de funcionamento dos bancos no interior. Ele exemplificou que na capital, apenas os caixas eletrônicos estão liberados durante a madrugada diferente do que acontece em várias cidades do interior, deixando essas instituições financeiras mais vulneráveis à ação dos bandidos.

Outro ponto que vem sendo alvo das investigações da polícia é referente à aquisição dos explosivos usados pelas quadrilhas. “Parte desses explosivos são extraídos de pedreiras e normalmente a polícia não é comunicada sobre esses supostos assaltos que venham acontecendo. Ou seja, dificultando o monitoramento e as investigações”, completou Davino.

A quadrilha presa durante a operação foi trazida para a capital e deve ser levada para o sistema prisional.