Para o presidente da Assomal, major Wellington Fragoso, se o major J. Cláudio tiver que ser substituído, que o seja pelo tenente coronel Pantaleão, que ocupava o cargo antes dele
A polêmica em torno da mudança no comando do 5º Batalhão da Polícia Militar de Alagoas (5º BPM) tem repercutido entre a classe militar do estado. Depois que o Conselho Estadual de Segurança (Conseg) cobrou explicações sobre a substituição do tenente coronel Pantaleão pelo major J. Claudio e recomendou uma nova mudança, o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), major Wellington Fragoso, acredita que é preciso cautela.
"O Conseg está certo em recomendar uma nova substituição quando existe ingerência política, mas dessa vez não é o caso. Na corporação existem muitos casos de ingerência política em promoções e indicações para a ocupação de cargos, mas não dessa vez", afirma Fragoso.
Durante a sessão da Câmara de Vereadores de Maceió desta terça-feira (8), o vereador Silvânio Barbosa (PSB), negou que tenha interferido politicamente para a mudança no comando do 5º BPM, que tem sede no Benedito Bentes. "A polêmica começou por causa de uma foto tirada durante uma mobilização de rodoviários ocorrida no terminal do Benedito Bentes. O major J.Cláudio aparece ao lado de Silvânio Barbosa, e rumores apontam que ele estava apresentando o militar para à comunidade, porém, o major estava trabalhando, tentando gerenciar a crise", diz o major Fragoso.
"O major J. Cláudio foi indicado pelo comandante do Comando de Policiamento da Capital [CPC], coronel Neuton Boia, por ser considerado um oficial equilibrado e que presta bons serviços à população. O próprio tenente coronel Pantaleão afirma que não acredita que sua substituição aconteceu por ingerência política", continua o presidente da Assomal.
Fragoso afirma ainda que o Conseg deve sim interceder nas mudanças de comandantes dos batalhões quando houver ingerência política, mas também precisa interferir nas ingerências políticas das promoções de oficiais e nos pareceres da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Segundo o major, a PGE nega os direitos líquidos e certos dos policiais, a exemplo da promoção por tempo de serviço, dando parecer diferente do que está escrito na lei, contribuindo assim para a desmotivação da tropa. "Ainda essa semana a Assomal entrará com ofício no Conseg e Ministério Público [MP], para que os pareceres da procuradoria, que contrariam várias decisões judiciais, sejam investigados", concluiu o major.